PCC paga entre R$ 1,5 mil e R$ 4 mil para ‘membros’ em presídios federais
Polícia descobriu planilha secreta com mais de 200 nomes de criminosos e quantia recebida mensalmente do crime organizado
Cidade Alerta|Do R7
O Cidade Alerta teve acesso exclusivo a uma ‘planilha secreta’ do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção do país, contendo valores a serem pagos para familiares de integrantes do crime organizado após serviços prestados à facção. O pagamento mensal era feito a 210 presos que estavam cumprindo pena em presídios federais e o valor variava entre R$ 1,5 mil e R$ 4 mil.
A Polícia Federal recebeu o documento por meio de um DVD, de forma anônima, entregue na superintendência de Minas Gerais, durante a Operação Caixa Forte.
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Murillo Ribeiro, delegado da Polícia Federal, revelou que a tabela seguia um padrão com os valores direcionados a cada criminoso. Integrantes do PCC, que foram para a prisão por crimes cometidos sem a orientação da facção, recebiam R$ 1,5 mil, já os faccionados que foram transferidos para um presídio federal, tinham direito a R$ 3 mil. O maior valor, de R$ 4 mil, era direcionado para quem cometeu crimes de atentados ou execução de agentes públicos em nome do PCC.
Na lista de membros que recebiam o dinheiro enviado pela facção, estão os criminosos que participaram da operação “Salve Geral”, em 2006, que foi uma revolta promovida pelo Primeiro Comando da Capital, com ataques à delegacia, postos policiais e deixaram como vítimas, 59 agentes de segurança.
Além disso, responsáveis pelo assassinato do juiz José Machado Dias, o “Machadinha”, em 2003, a psicóloga Melissa de Almeida Araújo, vítima de uma emboscada em 2017, e criminosos que participaram de casos como a guerra contra os detentos da facção rival, Família do Norte, e o assalto à transportadora de valores, no Paraguai, de onde foram levados 11 milhões de dólares, também receberam os valores da facção.
Segundo a estimativa da polícia, o PCC gasta cerca de R$ 450 mil mensais com o pagamento aos criminosos. O dinheiro também serve para pagar advogados.
Assista ao vídeo:
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