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‘Sempre fui certa’, afirma Japa do PCC, após ser presa em flagrante em condomínio de luxo

Para cuidar do filho de 9 anos, Karen Taka Mori, cumpre prisão domiciliar no bairro Jardim Anália Franco, na capital paulista

Cidade Alerta|

RESUMINDO A NOTÍCIA

  • Herdeira de uma fortuna que tem origem no tráfico de drogas e no crime organizado, é presa na capital paulista;
  • Japa do PCC afirma não saber do envolvimento do ex marido com a facção;
  • “Cabelo Duro” foi assassinato por tiros de fuzil, em fevereiro de 2018;
  • Pai e irmão de Karen Taka Mori ajudam na lavagem de dinheiro.
Karen Taka Mori, conhecida como a Japa do PCC, é presa em flagrante, no bairro Jardim Anália Franco, na capital paulista (Reprodução/RECORD)

O Cidade Alerta acompanhou o depoimento de Karen Tanaka Mori, de 37 anos, que é herdeira de uma fortuna que tem origem no tráfico de drogas e no crime organizado. Karen teria ganhado o dinheiro depois que Wagner, conhecido como “Cabelo Duro”, foi executado por integrantes do PCC. Foram encontrados R$ 1 milhão em espécie e US$ 50 mil, no apartamento de luxo onde a Japa do PCC vivia, localizado no bairro Jardim Anália Franco, em São Paulo (SP).

Karen foi presa em flagrante no condomínio de alto padrão onde mora com o filho, de 9 anos, fruto do relacionamento com Wagner, pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

“Eu não sou errada, eu sempre fui certa, trabalhei muitos anos na área da enfermagem. Sou do bem, só faço o bem, não tenho ficha nenhuma errada. Só coisas boas, eu tenho como comprovar tudo”, diz Karen.

Segundo a investigação policial, a mulher abriu uma empresa chamada Kaka Participações no bairro nobre Vila Nova Conceição, também na capital paulista. O empreendimento tinha como intuito a lavagem de dinheiro com o valor recebido após o assassinato de “Cabelo Duro”. A Japa do PCC também atendia outros integrantes da facção interessados em legalizar o dinheiro do crime, e a empresa movimentou cerca de R$ 35 milhões em seis anos.

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A Japa do PCC garante que não sabia que “Cabelo Duro” era envolvido com o crime organizado, até descobrir a morte dele pela mídia, em 2018. Karen também afirma nunca ter recebido dinheiro de Wagner e nem ter se envolvido em atividades ilícitas e desconhece integrantes do PCC.

No depoimento para a polícia, ela revela que trabalhou como enfermeira, e após juntar as economias, conseguiu abrir alguns comércios e revender para terceiros: “Eu tinha lojas, tinha franquia. Foi a venda das lojas que ele (o policial) pegou o dinheiro. Eu tenho como provar”.

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“Fica evidente devido à ligação com uma pessoa que já tinha uma vida pregressa, já poderia ter provavelmente adquirido esses valores de uma prática ilícita, e a polícia já sabendo disso, já tendo investigações e provas anteriores colhidas, ficou mais fácil para polícia provar que a origem desse dinheiro não era litica, a origem desse dinheiro não era legal”, diz Marcelo Dimatteu, advogado.

Wagner, ex-companheiro de Karen, foi integrante do PCC e teve uma ascensão rápida. ‘Cabelo Duro’ era chefe da facção na região do porto de Santos (SP) e ganhava dinheiro mandando cocaína para países da Europa e da Ásia. O piloto de helicóptero, Felipe Ramos Morais, que trabalhou diretamente para Wagner, contou que “Cabelo Duro” chegava a faturar entorno de R$ 450 milhões por ano, com a exportação de drogas via porto de Santos.

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“Cabelo Duro” tinha como principal aliado, Gilberto Aparecido do Santos, conhecido como “Fuminho”, um dos maiores fornecedores de cocaína do PCC. Gilberto, no entanto, nunca foi um membro formal da facção, e não contribuía financeiramente com o PCC. Essa não contribuição causava revolta em outros integrantes da facção, que exigiam que a organização cobrasse para que “Fuminho” usasse a rota do porto de Santos e a estrutura da facção para vender cocaína.

Quando Rogerio Jeremias de Simone, conhecido como “Gegê do Mangue” e Fabiano Alves do Santos, o “Paca”, líderes da facção, saíram da prisão em 2018, “Fuminho” marcou uma reunião. “Cabelo Duro” foi o responsável por levá-los de helicóptero para o encontro, em uma reserva indígena no estado do Ceará. Lá, “Gegê” e “Paca” foram assassinados. As mortes abriram uma crise na facção, e aliados de Rogerio e Fabiano juraram vingança.

Assista ao vídeo:

“Cabelo Duro” foi assassinato por tiros de fuzil, em fevereiro de 2018, na frente de um flat, localizado na zona leste de São Paulo. Após a morte de Wagner, Karen ficou com todo o dinheiro do crime e com a ajuda do pai dela e do irmão, começaram a lavagem de dinheiro.

Procurado, o advogado de Karen, Eduardo Malavasi, afirma que guardar dinheiro em casa não caracteriza a lavagem e dinheiro. A polícia de Praia Grande (SP) segue investigando o caso.

O Cidade Alerta vai ao ar de segunda a sexta, às 16h50, e aos sábados, 17h, na tela da RECORD.




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