'Não conseguia lembrar de nada', revela cliente dopado em cassino clandestino
Balanço Geral foi até a casa de jogos em São Paulo e revelou como tudo acontece lá dentro; confira
Balanço Geral|Do R7
O flagrante do jogador de futebol Gabigol em um cassino clandestino, fechado logo em seguida, ficou marcado na memória do Brasil. Três anos depois, no mesmo local, a Câmera do Balanço, quadro do Balanço Geral, descobriu não apenas que o estabelecimento está ativo, como conversou com cliente que foi vítima do golpe conhecido como "boa noite Cinderela".
Além do atacante do flamengo, outros famosos como o cantor MC Gui também já foram vistos no local. Ambos foram detidos e precisaram prestar depoimento na delegacia. Isso porque jogos de azar que envolvem movimentações financeiras são ilegais no país e acontecem em ambientes como esse, mesmo fora da lei.
Mesmo passando por fechamentos após os flagrantes, o cassino clandestino onde tudo aconteceu segue funcionando a todo o vapor. Localizado na Vila Olímpia, bairro nobre de São Paulo, o estabelecimento fica escondido no alto de um prédio que não levanta suspeitas quando visto de fora.
Dentro do local, a Câmera do Balanço mostrou detalhes desse submundo em plena capital paulista. Logo na entrada, é preciso fazer cadastro e pagar um valor mínimo: R$ 500 para homem e R$ 200 para mulher. Em seguida, o cliente é direcionado a um elevador para acessar o salão principal e lá, o luxo toma conta do local.
O repórter investigativo da RECORD foi recepcionado pelos funcionários e logo percebeu detalhes que chamaram atenção. Alguns apostadores se sentem tão a vontade nas jogatinas que recebem massagens enquanto disputam as partidas. Nas mesas cheias, os funcionários preparam as fichas e distribuem as cartas.
Quanto as comidas, tudo é de melhor qualidade e à vontade. Porém, a forma que as bebidas são servidas levanta dúvidas sobre a procedência do conteúdo no copo. O refrigerante, por exemplo, não é entregue na lata, e sim já no recipiente para ser tomado. A suspeita é que essa é uma oportunidade para sedar as vítimas com o "Boa noite, Cinderela".
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Cada jogo disponível no cassino é abordado na reportagem que mostra tudo sobre o ambiente confortável e receptivo que nem se quer deveria estar funcionando. Agora, é alvo de outra investigação. Um cliente alegou não apenas que foi dopado no local, como teve a sua conta bancária zerada. No programa, contou como aconteceu.
Lá dentro, ele tomou três copos de bebida alcoólica e, subitamente, teve um apagão. Em seguida, foi levado para casa por um dos motoristas da casa de jogos. Ao acordar no dia seguinte, descobriu que todo o seu dinheiro sumiu. "Não conseguia lembrar de nada", desabafou.
A legislação brasileira considera como contravenção penal a prática dos chamados jogos de azar. Ou seja, aqueles em que a perda ou ganho dependem de um dispositivo aleatório como dados, roletas e cartas de baralho. Mesmo assim, espaços como o investigado continuam funcionando normalmente por todo o país.
O advogado criminalista Rafael Paiva falou detalhes sobre as condições judiciais de ocorrências como essa. Segundo ele, o funcionamento de um cassino clandestino já é o suficiente para ser alvo de investigações.
Porém, a denúncia de um golpe de "Boa noite, Cinderela" dentro de estabelecimento agrava ainda mais o crime. "São muito ousados", disparou sobre os exploradores dessa prática ilegal.
Para evitar que outras pessoas passem pela mesma situação, a vítima resolveu expor seu caso. O ex-cliente do local disse, também, que o lado positivo da situação é que parou de frequentar a casa. "Todo o dinheiro que eu tinha na minha conta acabou naquela noite", afirmou.
Confira na íntegra:
Fique ligado no Balanço Geral para mais casos como esse. O programa vai ao ar de segunda a sexta, às 11h50; e aos sábados, às 13h, na RECORD.