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Fernandinho Beat Box critica o atual cenário da música brasileira: ‘Sem conteúdo’

No elenco do Acerte ou Caia! deste domingo (14), o rapper participou de A Fazenda em 2020

Entrevistas|Gustavo Guerrero*, do site oficial

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Ícone do beatbox disputa o prêmio de até R$ 300 mil neste domingo (14) ANTONIO CHAHESTIAN/RECORD

Pioneiro e principal nome do beatbox no Brasil, Fernandinho Beat Box está no elenco do Acerte ou Caia! deste domingo (14). Em entrevista ao site oficial, o rapper criticou o atual cenário da música no país, revelou admiração por Tom Cavalcante, e até desafiou um companheiro renomado do hip-hop para uma futura disputa no game.

Esta é a segunda vez que Fernandinho tenta vencer o game apresentado por Tom Cavalcante. Esteve pela primeira vez em 2024, mas acabou sendo eliminado pelo humorista Ceará. Experiente, o beatboxer comentou o motivo de não ter se preparado para a nova oportunidade de vitória.


“Me preparei apenas na primeira participação. Mas é aquilo, né? Por mais que você estude algumas palavras, nunca vai ser aquilo que você estudou. Na primeira vez que fui convidado, estudei um monte de coisa, como se fosse uma provinha. E não caiu nada daquilo que eu estudei”.

Fã de carteirinha, demonstrou admiração por Tom Cavalcante e falou sobre o encontro com o humorista: “Emocionante. É alguém que segue se reinventando e nunca perde a graça. É um cara de um coração fantástico. Zerei o game em estar do lado dele”.


Também disse que desafiaria o rapper MV Bill para uma futura disputa no Acerte ou Caia! “Muito letrado e inteligente”, elogiou.

Pioneirismo no Beatbox

O beatbox surgiu nos Estados Unidos em meados dos anos 1980, e consiste em produzir ritmos percussivos, sons musicais e efeitos vocais usando a boca, os lábios, a língua, a garganta e a voz humana. Fernandinho é o principal pioneiro do beatbox no Brasil, e explicou como a arte surgiu em sua vida:


“Com 12 anos de idade, assisti a um filme sobre gangues de break de Nova Iorque [nos Estados Unidos] e me identifiquei com essa arte. No outro dia, fiquei fazendo beatbox na escola e ganhei vários apelidos. Me chamavam de Maluco do Putipá“.

Após ganhar uma certa fama, era chamado constantemente para participar de festas e subir nos palcos para realizar seu show: “Em meados dos anos 1990, o pessoal me chamava para participar das festinhas. Eu frequentava uma matinê e uns amigos me convenceram a subir na cabine do DJ. Foi algo surreal para mim em ter essa experiência. Ali foi o pontapé da minha carreira”.


Mas o início na profissão não foi fácil. Fernandinho afirma que precisou quebrar muitas barreiras para romper o preconceito da época: “Nos anos 1990, o próprio pessoal do hip-hop dizia que não podia incluir o beatbox no meio do hip-hop aqui no Brasil. Mas lá fora o pessoal já fazia. Fat Boys, Biz Markie, Doug E. Fresh... Até que o Afrika Bambaataa disse que o beatbox é sim um dos elementos da cultura hip-hop e todo mundo ficou quieto aqui no Brasil".

Ídolo, parceiro e inspiração

A partir de 1995, começou a fazer muito sucesso no rap nacional com o grupo Z’África Brasil. Porém, decidiu sair da banda para formar uma parceria marcante com o rapper Marcelo D2: “Eu me identifiquei muito com o D2. O lance do hip-hop, aquela vibe que trabalha os elementos da cultura. Foi muito bom”.

Fernandinho trabalhou com diversos artistas renomados na indústria musical, como Seu Jorge, Marisa Monte, Fernanda Abreu, Elza Soares, etc. Além deles, tem uma parceira no estúdio que ficou por pouco de acontecer: “Chorão, do Charlie Brown Jr.. Ele me chamou para um trabalho, tivemos algumas reuniões, mas infelizmente não deu tempo. Inclusive, teve um festival que eu fiz um beatbox e ele cantou em cima”.

Finalizando o bate-papo sobre a profissão, revelou quem foi sua grande inspiração dentro da música: “Michael Jackson. Grande parte das batidas do Michael, principalmente do disco Thriller, foi criado através do beatbox. Para mim, ele é uma grande inspiração. É um fenômeno! Um dos artistas mais completos que já existiram“.

Atual cenário musical

Jurado dos programas musicais da RECORD, Canta Comigo 3 e Canta Comigo Teen 2, Fernandinho avaliou o atual cenário da música no Brasil.

“Sou meio tiozão para esse lance da música. Tem gente talentosa, mas tem muita música sem conteúdo. Eu sou de uma época em que a música te emocionava. O mercado chega a ser assustador. Se você olhar aqui na minha playlist, só tem música velha. A minha filha só gosta de música antiga, porque tinha mais conteúdo, tinha palavras que você aproveitava uma ou outra coisa. Hoje em dia não, é muito pula, senta e quica”.

Em relação ao rap, também declarou ter preferência aos mais antigos: “Só a velha guarda. Eu sou muito fã do MV Bill. O rap mudou muito para mim. Não me identifico com tanta coisa de agora. Eu sou mais da antiga, então tem muitas coisas que não fazem sentido para mim”.

A Fazenda 12

Em 2020, participou do reality rural A Fazenda. Para sua infelicidade, caiu na primeira Roça contra Cartolouco e Raissa Barbosa, e acabou sendo eliminado na disputa do game. O ex-peão explicou o motivo em ter aceitado o convite:

“Foi no meio de uma pandemia. Para quem depende de shows, estava tudo escasso, tinha parado tudo. Eu estava juntando uma grana para comprar um sítio. Até que recebi o convite e mostrei para minha ex-mulher. Era a nossa chance de pegar o dinheiro do aluguel. Ela estava grávida, mas mandou eu agarrar a oportunidade, mesmo eu não achando que era um bom momento de fazer aquilo. A família dela me apoiou, então aceitei. A Fazenda é uma loucura. Você aprende a se ver e conhecer um lado que você não conhecia.

Ao questionado se participaria novamente de algum reality show, respondeu: “Eu analisaria antes qual seria o tipo de conteúdo. Eu sempre sou chamado para alguns realities, mas analiso muito. Sobre A Fazenda, acho que eu participaria novamente”.

Também citou Jojo Todynho, Lucas Selfie e Lipe Ribeiro como as amizades que ainda mantém após o reality.

Projetos futuros

Encerrando o bate-papo, deu alguns spoilers do que pode estar por vir em 2026: “Recebi um convite de uma gravadora para gravar um disco. Ainda estou analisando as propostas, porque estou curtindo muito mais essa coisa de fazer collab e chamar uma galera desconhecida, que não tem oportunidade. Eu tenho colocado na mídia muita galera cheia de talento, mas que não tem oportunidade para aparecer”.

Por fim, deixou um conselho aos jovens que desejam começar carreira no beatbox:

“Você precisa amar aquilo que faz. Se você não se dedicar, se não estudar, vai ser mais um número. Dedicação, disciplina, respeito e profissionalismo. A gente só se qualifica naquilo que buscamos, então tudo é possível. A quem crê e a quem trabalha. Quando você trabalha honestamente e se dedica, você pode conquistar aquilo que você quiser”.

*Estagiário sob supervisão de Juliana Lambert

O Acerte ou Caia! vai ao ar todos os domingos, a partir das 15h30, na tela da RECORD. Acompanhe o site oficial e fique por dentro de todas as novidades. Reveja o programa completo no RecordPlus.

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