Mercados passam a colocar grades nas prateleiras de café para evitar furtos

Em alguns supermercados de São Paulo, pacotes de café estão sendo trancados com cadeado para evitar furtos. A medida reflete o aumento significativo no preço do produto. Nos últimos 12 meses, o valor do café subiu cerca de 60%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de uma leve queda entre julho e agosto deste ano, a tendência é que os preços continuem a subir.

A Associação Brasileira da Indústria do Café prevê um aumento adicional entre 10% e 15% nos próximos dias. Essa situação afeta tanto consumidores quanto comerciantes. Na zona leste da cidade, um proprietário conseguiu manter os valores estáveis graças a estoques extras adquiridos previamente. No entanto, ele admite que absorver esses custos não será sustentável a longo prazo.

O impacto também é sentido nas casas dos consumidores. Maria Regina precisou trocar sua marca habitual por uma opção mais acessível para equilibrar seu orçamento doméstico sem abrir mão do cafezinho diário.

Dionísio Freitas, um barista, também está sentindo os efeitos do aumento e tem economizado na quantidade consumida. "Nós também temos que economizar, mas não deixa de tomar o cafezinho", ele comenta.

As razões para essa escalada nos preços incluem condições climáticas adversas que reduziram as safras no Brasil e no Vietnã — dois dos maiores produtores mundiais — além da competição agrícola interna por áreas destinadas ao cultivo de culturas mais rentáveis como soja e milho.

Apesar das dificuldades econômicas impostas pela alta dos preços do café, muitos brasileiros continuam fiéis ao hábito diário dessa bebida essencial em suas rotinas diárias.

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