As Confissões de Marcinho VP - A Websérie
Marcinho VP quebrou o silêncio e falou sobre assuntos políticos e polêmicos e sobre a morte do jornalista Tim Lopes. Confira os episódios da websérie
Webséries|Reportagem de Fabiana Vilella, especial para o R7

Vinte e cinco anos de experiência nos mais diversos delitos dão à Marcinho VP o status de "celebridade" do submundo do crime. A fama atrai outros grandes nomes da criminalidade, como o megatraficante fluminense Fernandinho Beira-Mar. Conhecido como um dos maiores traficantes de drogas e armas da América Latina, Beira-Mar conheceu Marcinho VP em 2002, quando foi preso em Bangu-I.
"Beira-Mar carrega um grande estigma, mas só quem convive com ele sabe que o coração que ele tem é proporcional à sua fama", elogia Marcinho VP.
Em maio do ano passado, Beira-Mar foi acusado pela polícia de tentar se comunicar com um comparsa dentro da Penitenciária Federal de Rondônia. Por meio de um cordão de lençóis, o traficante tentava passar um bilhete para o companheiro de cela. A ação foi flagrada pelas câmeras de segurança do presídio. De acordo com a Operação Epístolas, da Polícia Federal, o traficante chefiava negócios de R$ 9 milhões através dos recados que enviava para familiares e advogados.
A seguir, Marcinho VP fala - pela primeira vez - sobre a relação de afetividade que cultiva com o também condenado à prisão por tráfico de drogas, Fernandinho Beira-Mar. Além disso, cita outros dois nomes do crime pelos quais tem admiração: Macarrão e o seu xará, Marcinho VP.
Foram 3 meses de negociação com a Justiça Federal até a equipe de reportagem do Câmera Record conseguir autorização para entrar na Penitenciária Federal de Catanduvas. A cidadezinha do interior do Paraná, de apenas 10 mil habitantes, abriga os chefões do crime organizado. O presídio, uma ilha de concreto em meio à paisagem bucólica do município, é a casa de Marcio Nepomuceno Santos, o Marcinho VP.
Um homem magro, baixo, de cabelo raspado e olhos castanho-escuros. Marcinho VP parece cuidar do corpo dentro da cadeia. Nos recebe com os músculos bem torneados e uma fala mansa que só chama atenção pela dificuldade de dicção. Em alguns momentos, deixa escapar tiques nervosos, como o piscar de olhos incessante. Parece calcular muito bem tudo o que nos diz e, antes mesmo de perder a calma com as perguntas mais difíceis, respira fundo e retoma o seu centro. Sabe muito bem o que dizer. E como dizer.
No vídeo abaixo, Marcinho VP relembra a trajetória no mundo do crime.
Subir um dos morros mais conhecidos do Rio de Janeiro é entrar em uma sociedade à parte. É pisar em terreno controlado por grupos armados onde vivem milhares de brasileiros inocentes. É não saber de que lado é a guerra, nem em quem confiar. É registrar um grupo de crianças tomando banho de piscina ao mesmo tempo em que adolescentes empunham, orgulhosos, seus fuzis de uso restrito das Forças Armadas. É ter a Paz e a Guerra lado a lado.
"Nestes grandes bairros onde habitam milhares de trabalhadores, a grande maioria dos trabalhadores não está envolvida com atividades ilícitas. A grande maioria é de trabalhadores, gente como a gente, que levanta cedo, vai para o trabalho e quando volta quer que sua casa esteja preservada", explica o sociólogo do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Sérgio Adorno.
Nossa reportagem documentou a rotina dos soldados do tráfico em uma das comunidades mais conflagradas do Rio de Janeiro. Até o anoitecer, a impressão que se tinha era de uma visita a um bairro comum, pacífico.
De acordo com a Secretaria de Segurança, 843 comunidades fluminenses são dominadas pelo crime organizado. E o cenário de insegurança só piora quando estas facções começam a disputar poder e território.
Neste outro vídeo exclusivo, Marcinho VP comenta a guerra entre facções e o surgimento das milícias no Rio de Janeiro.
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