Médica acusada de sequestrar bebê tem ficha criminal extensa; entenda
Cláudia Soares Alves foi apontada como mandante do assassinato de uma farmacêutica e autora do sequestro de uma recém-nascida em 2024
Domingo Espetacular|Do R7

Quatro anos de diferença separam dois crimes cometidos pela mesma mente obsessiva: o assassinato de uma farmacêutica e o sequestro de um bebê recém-nascido. A responsável por ambos é a médica neurologista Cláudia Soares Alves, movida pela obsessão em ser mãe de menina. O caso ganhou espaço no Domingo Espetacular, que trouxe à tona outras acusações contra ela.
Desde 2020, o assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani permanecia um mistério. Mesmo com imagens do latrocínio registradas por câmeras de segurança, a polícia não tinha respostas de quem seria o homem que disparou várias vezes contra a vítima, em frente ao local onde ela trabalhava há dez anos em Uberlândia.
Somente em 2025, a investigação chegou em Cláudia Soares Alves era a mandante do crime. Foram presos também Paulo Roberto Gomes da Silva, vizinho da médica e suspeito de ser o executor, e o filho dele, que teria ajudado no plano.
Em uma tentativa de despistar a polícia, o assassino entregou à vítima uma sacola contendo uma carta escrita pela própria Cláudia, que buscava voltar a atenção para um suposto ex-namorado de Renata e simular um crime passional.
A investigação concluiu que Cláudia teve um relacionamento com o ex-marido de Renata, e planejou o assassinato para poder ficar com a filha criança do casal.
A mãe da vítima afirmou que sempre desconfiou da médica, embora não tivesse provas: “Renata não tinha desafetos, ela era tranquila, o único desafeto era essa mulher”.
Mas, embora o caso tenha sido solucionado apenas em 2025, a ficha da médica já não era limpa. Um ano antes, em julho de 2024, Cláudia esteve envolvida em outro crime: O sequestro de um bebê recém-nascido, levado do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, para Itumbiara em Goiás, 135km de distância da cidade mineira.
Disfarçada com roupas de profissional de saúde e portando um crachá falso, Cláudia Soares Alves entrou no hospital universitário e subiu até o andar da maternidade. Lá, apresentou-se como pediatra para Edson e Natália, pais de Isabela, que havia nascido apenas três horas antes.
Poucos minutos depois, a médica deixou o hospital com o bebê nos braços, entrou em um carro e desapareceu. As câmeras de segurança do circuito interno registraram todo o trajeto até o veículo. Doze horas mais tarde, a neurologista foi localizada pela polícia em sua casa e presa em flagrante pela primeira vez.
Em março de 2025, a Justiça determinou sua soltura. Cláudia passou a cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, decisão que revoltou os pais de Isabela. “Um ano e meio depois, ela está simplesmente em casa, cumprindo prisão domiciliar por um caso tão grave”, desabafou a mãe da bebê.
Na residência da médica, os investigadores encontraram um quarto infantil completamente montado, com paredes cor-de-rosa, decoração de personagens e um berço ocupado por uma boneca realista, um cenário que comprovou a obsessão de Cláudia por ter uma filha, mesmo já sendo mãe de um jovem de 18 anos.
Para a psicóloga judicial Deise Gomes, os comportamentos da neurologista revelam uma mente perturbada: “É uma pessoa desequilibrada, que se sente no direito de roubar uma criança, de tentar eliminar a mãe para ocupar o lugar dela. Esses traços podem estar ligados a transtornos de personalidade, como o borderline ou o narcisista, onde há forte necessidade de posse e controle.”
Os dois processos correm em segredo de Justiça. A equipe jurídica de Edson e Natália busca que Cláudia responda e cumpra pena pelos dois crimes que cometeu.
O Domingo Espetacular, apresentado por Roberto Cabrini e Carolina Ferraz, vai ao ar às 19h30.
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