‘Não tenho nada para me arrepender’, diz influenciadora acusada de forjar empréstimos consignados
Ana Pink e o ex-marido receberam uma pena de nove anos e meio. Maiclerson está no presídio, enquanto ela cumpre a prisão domiciliar
Domingo Espetacular|Do R7
O Domingo Espetacular mostrou o caso da influenciadora e empresária Ana Paula Ferreira, conhecida como Ana Pink, de 37 anos, e o ex-marido, Maiclerson Gomes da Silva, condenados a nove anos e meio de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro. O casal recebeu cerca de R$ 13 milhões. Ana Pink está em prisão domiciliar em um condomínio de alto padrão, em Ribeirão Preto–SP.
“Se algum dia eu cometi algum tipo de erro, que eu posso hoje observar as minhas atitudes lá atrás, foi confiar demais nas pessoas”, diz Ana Paula.
Ana Pink e Maiclerson foram presos dentro de casa, enquanto dormiam, após uma investigação do Ministério Público que começou com a suspeita de enriquecimento ilícito e acabou descobrindo um esquema de empréstimos consignados forjados para aposentados de todo o Brasil.
“Eu acordei com ele (o policial), com a arma no meu rosto e eu não perguntava o porquê”, relembra Ana Pink.
Com as investigações, dois hackers que ofereceriam dados de aposentados, como nomes, telefones, CPF’s, valor do benefício e conta bancaria foram identificados. Com todos os dados, Ana montou uma equipe para oferecer empréstimos consignados, onde as parcelas são descontadas direto do salário ou beneficio da pessoa.
Ana Pink, que prestava serviços para os bancos, recebia 6% de comissão sobre o valor total do empréstimo, ou seja, quanto maior o valor emprestado, maior a comissão: “Não eram hackers, eram pessoas que vendiam sistemas para todo mercado, e não só para minha empresa”.
Um contrato enviado ao banco, com um lápis debaixo da assinatura da aposentada, segundo o Ministério Público, são as provas de que a empresa não agia dentro da lei. A filha de um aposentado expressa sua revolta com a situação: “Já é a segunda vez que ocorre isso. Isso que vocês fazem é ilegal! Parem com isso, meu pai é idoso”.
“O cliente que tem Alzheimer ou que tem qualquer tipo relacionado a isso, ele tem que ter um procurador no INSS, até dado aquele momento do mercado, nós correspondentes bancários, não poderíamos aprovar um contrato que tivesse esse representante legal, não passa no INSS, ele não seria averbado”, diz Ana Pink.
O Ministério Público também acusa a empresa de Ana Paula Ferreira de forjar áudios e produzir conversas falsas nas redes sociais, para convencer o banco de que as vítimas tinham aceitado o empréstimo.
“E eu fiz tudo que estava de acordo com aquilo que fui criada, que era para ser honesta, e eu construí tudo de acordo com aquilo que acredito. Então não tenho nada para me arrepender”, diz Ana Pink, que de acordo com investigações recebeu mais de R$ 13 milhões ao longo de dois anos.
O Domingo Espetacular vai ao ar todos os finais de semana, às 19h45, na tela da RECORD.