Abelhas atacam e matam menino de 9 anos em Catalão (GO) durante resgate de filhote

Um menino alegre e vaidoso e apaixonado pelos animais. João Pedro de Sales Amorim, de 9 anos, morreu após levar cerca de 1.500 ferroadas de abelhas. “O João morreu do jeitinho que ele gostava. Ele estava na mata. Ele estava com os bichos”, diz a mãe, Rebeca. 

Em Catalão (GO), no dia 13 de novembro de 2025, João saiu atrás do filhote Thor, que escapou de casa e foi picado ao entrar na mata. O menino tentou resgatá-lo, mas não conseguiu voltar. Rebeca o encontrou caído em um barranco, coberto de abelhas. Ele foi levado a hospitais em Catalão e depois em Uberlândia. Mas, mesmo após 11 dias de luta, morreu de falência múltipla dos órgãos.

Casos assim têm aumentado no Brasil: entre 2021 e 2024, os ataques de abelhas cresceram 83%, e as mortes, 123%. Em Unaí (MG), duas mulheres foram feridas após atingir uma colmeia. No Espírito Santo, Alice, de 10 anos, levou mais de 500 picadas; ela sobreviveu, mas perdeu o avô e o bisavô no acidente. Os ataques, muitas vezes de abelhas africanizadas, ultrapassaram os de serpentes no país.

O pesquisador Rui Seabra Ferreira Junior desenvolve um soro específico, ainda em testes. Camila Aguiar foi a primeira pessoa do mundo a recebê-lo, após 400 picadas: “Salvou minha vida”. Especialistas alertam: uma única ferroada pode causar reação grave; centenas podem ser fatais mesmo sem alergia.