Megaoperação desarticula esquema do PCC na venda de combustíveis adulterados no país
O esquema envolve ainda lavagem de dinheiro e sonegação de impostos
Domingo Espetacular|Do R7
Uma série de operações contra fraudes no setor de combustíveis acertou em cheio o crime organizado esta semana. A investigação aponta que o PCC se infiltrou em todas as etapas de produção, distribuição e venda de combustíveis adulterados no país. Mohamad Hussein Mourad, prestou depoimento para justiça em 2020 sobre uma suspeita de adulteração de combustíveis. O resumo que ele mesmo, como réu, faz da própria atividade nessa época ilustra bem o alvo da histórica operação desta semana. Para a polícia, Mohamad é apontado como um dos chefes de um esquema que envolve adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos para lavar dinheiro para o crime organizado.
Foram três operações em todo o país, duas feitas pela Polícia Federal e uma pelo grupo de atuação especial de repressão ao crime organizado de São Paulo. Em uma delas, batizada de "Operação Tank", os agentes encontraram malas vazias que estavam no fundo falso de um armário. Indícios de que os envolvidos estariam planejando uma fuga. O carro de um deles foi flagrado indo para outro estado, um dia antes. Ao todo, nas três operações, 1.400 agentes estiveram em oito estados brasileiros, seis pessoas foram presas e outras oito estão foragidas. Os nomes dos foragidos foram incluídos na lista da Interpol, a Polícia Internacional, o que possibilita a prisão deles em qualquer lugar do mundo.
Na operação "Carbono Oculto", segundo a Receita Federal e o GAECO de São Paulo, a facção criminosa PCC ocultou a movimentação de cerca de R$ 50 bilhões, de 2020 a 2024, sonegando R$ 8 bilhões no período. Para isso, a facção teria se infiltrado em todas as etapas para produzir, distribuir e vender combustíveis adulterados no país. As autoridades afirmam também que os criminosos compraram fazendas de cana-de-açúcar, usinas fabricantes de álcool, empresas distribuidoras e postos de gasolina. A facção atuava ainda em portos brasileiros. A Receita Federal afirma que os criminosos usavam bancos digitais e empresas de fachada para esconder a verdadeira origem e o destino do dinheiro e chegaram a se infiltrar em um dos centros financeiros mais importantes do Brasil: a Faria Lima, uma avenida da capital paulista.
A "Operação Quasar", da Polícia Federal, mirou fundos de investimentos utilizados pelos criminosos para legalizar dinheiro do crime. A investigação aponta que, entre os endereços de fachada utilizados pelo PCC, um deles é esta casa na zona norte de São Paulo. Segundo a força-tarefa, estavam registradas pelo menos dez empresas utilizadas no esquema, entre elas, uma distribuidora de combustível e vários postos de gasolina. Tudo em nome de laranjas.
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