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Motorista de ônibus preso por engano em assalto a carga de medicamentos no interior de SP é liberado

O Domingo Espetacular acompanhou o caso de perto e contou todos os lados da história

Domingo Espetacular|Do R7

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Dois irmãos e um motorista de ônibus foram presos suspeitos de roubar uma carga de medicamentos veterinários no interior de São Paulo. No entanto, familiares reuniram provas que atestariam que, no dia do crime, eles estariam em outro local e, com isso, lutam para que a Justiça reavalie as detenções. O Domingo Espetacular acompanhou o caso de perto e contou todos os lados da história. 


As reviravoltas começaram quando uma terceira prisão pelo mesmo roubo foi decretada em Minas Gerais. Mesmo estando em outro lugar e em pleno horário de expediente, o homem passou uma semana na cadeia. Esse era Elizeu, motorista de ônibus em Juiz de Fora, no interior do estado, que nunca havia pisado em uma delegacia, mas foi preso por um crime que não cometeu. 

Os irmãos foram detidos na mesma época que Elizeu, que tem 45 anos e trabalha como motorista de ônibus urbano. Todos os dias, seu expediente começa às 15h e vai até as 22h. Antes do atual emprego, ele foi dono de uma pequena perua que usava para fazer entregas por aplicativos. Depois de algum tempo, ele vendeu o carro, mas não fez transferência e o veículo continuou em seu nome. 

Foi isso que lhe trouxe o problema, já que clonaram a placa do carro e fizeram, com o documento, um assalto em Mogi Mirim (SP). Dois meses após a transação, Elizeu recebeu uma visita inesperada da polícia e foi detido, diante de toda sua família. Suas filhas, uma de 5 anos, viu tudo e guardou a cena traumática. 

A primeira evidência da família para comprovar sua inocência foi mostrar que seu carro continuava em Juiz de Fora, enquanto o veículo clonado, flagrado nas imagens do assalto, foi apreendido em Mogi Mirim. O ponto eletrônico também mostrou que, no dia do crime, o motorista de ônibus havia trabalhado normalmente em seu ofício. As provas juntadas pela defesa convenceram a Justiça e, uma semana depois, ele foi liberado. 

Só que Elizeu foi o único com um ‘final feliz’ até o momento: os dois irmãos detidos acusados de fazer parte da quadrilha estão encarcerados desde outubro, em uma penitenciária próxima a Mogi Morim: Luan, entregador, e Felipe, supervisor de almoxarifado. De acordo com a polícia, eles foram identificados por causa de um veículo: uma moto que aparece em imagens captadas pelas forças de segurança. Através da placa, os agentes descobriram que ela estava registrada na mãe dos dois rapazes, que já faleceu. Só que a motocicleta era, na verdade, de Matheus, o terceiro irmão. 

Segundo a família, no dia do assalto, o veículo já tinha sido vendido a outra pessoa, que não aparece na investigação. No entanto, a moto ainda constar no inventário da genitora significa que Matheus ainda não tinha feito a transferência. De acordo com a investigação, as vítimas do assalto também teriam reconhecido Luan e Felipe por meio da identificação facial, o mesmo que aconteceu com Elizeu. 

As versões de defesa e acusação entram em conflito. A primeira parte afirma que a negociação da motocicleta ocorreu entre março e abril de 2025, enquanto a segunda diz ter documentos que comprovam que Luan usava o veículo no mês de agosto. O delegado encarregado diz, ainda, que a blusa que aparece em uma das fotos da investigação foi a mesma encontrada na casa dele durante as buscas – e uma inconsistência no celular de Luan também levantou suspeitas à polícia. 

Pelo lado de Felipe, colegas de trabalho afirmam que ele estava no serviço no dia e que teria usado uma senha que só ele tem para liberar materiais do almoxarifado, fato que teria sido ignorado pela investigação, já que esse é um sistema da prefeitura e que comprovaria as atividades dele. 

As dúvidas sobre o caso ainda são muitas. Liberado, por enquanto, somente Elizeu, que conta com a presença de família, amigos e de um psicólogo para vencer o trauma da prisão.

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