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Pan Lima 2019

Casal do taekwondo: é saudável namorar alguém da mesma equipe?

Relacionamento dos campeões Netinho e Talisca, ouro e prata no Pan Lima 2019, levantou a questão; especialista diz que depende da maturidade

Pan Lima 2019|Deborah Giannini, do R7

Talisca e Netinho moram juntos, treinam juntos e viajam juntos
Talisca e Netinho moram juntos, treinam juntos e viajam juntos

O casal Netinho Marques, 21, e Talisca Reis, 29, são chamados de casal sensação dos Jogos Pan Americanos de Lima. Os atletas do taekwondo chamaram a atenção não apenas pela perfomance - ele levou ouro, ela prata -, mas também pelo grande apoio que expressaram um pelo outro durante as lutas.

Além de viajarem para competições internacionais juntos, eles moram e treinam juntos em Rio Claro, no interior de São Paulo. Afinal, relacionar-se com alguém da mesma equipe traz mais benefícios ou malefícios para a saúde mental?

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Se o vínculo é saudável, ou seja, se a proximidade entre os dois ocorre de uma maneira madura e não controladora, a coincidência de experiências fortalece a ligação afetiva, segundo o psiquiatra Luiz Cuschnir, coordenador do Gender Group (grupo especializado em conflitos de relacionamento entre homem e mulher) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.


"Tudo depende da maturidade que ambos têm de seguirem juntos como companheiros e não como invasores do tempo e espaço do outro", afirma. 

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"Se o convívio implica um controle que precisam ter para se sentirem seguros com o outro, isso pode mascarar a insegurança que têm em relação a vida, e isso pode aparecer mais tarde com sintomas como ressentimentos, mágoas e exageros que não propiciam o amadurecimento pessoal", completa.

Entre os principais benefícios emocionais de namorar alguém da mesma equipe, o psiquiatra destaca a possibilidade de conhecer a realidade do outro, o que pode ajudar a entender melhor suas atitudes.


"A convivência mais próxima, interagindo no mesmo espaço inclusive de relacionamentos compartilhados, pode ajudar na aproximação do outro, conhecendo a realidade do que o outro vive e propiciando que se conheça mais com quem se está namorando".

Já entre os prejuízos emocionais ele ressalta o risco do controle. "A convivência pode se tornar um propiciador de controle quando essa é a característica de um ou de ambos. Pode ficar difícil na hora das promoções ou advertências, tanto para os namorados como para as chefias, podendo ser um fator de mistura de emoções ou decisões que são tomadas. A cumplicidade pode atrapalhar o dia-a-dia", diz.

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Cuschnir explica que o "apoio afetivo", ou seja, a torcida de uma pessoa amada, se distingue daquele oferecido pela massa. A torcida de Talisca na final masculina do Pan Lima 2019, no último domingo (28), foi intensa. Netinho já mencionou em entrevistas que consegue perceber a voz dela no meio da multidão e que isso o impulsiona.

"É um apoio mais pessoal do que vindo de uma torcida. Se estão em um vínculo forte e bom, esse apoio é um estímulo para que, em momentos de dificuldade e de cobrança, será uma força de fora de si que pode propiciar um maior empenho", aponta. 

De acordo com o especialista, a melhor maneira de lidar com alguém com quem se tem tanto convívio é estar atendo se esse convívio não é posse do outro.

"Relembre o respeito pela individualidade desse outro, sempre perguntando e tendo o discernimento do que é uma companhia", finaliza.

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