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Pan Lima 2019

'Esporte mudou nossas vidas', dizem irmãos que improvisavam quadra

Nascidos no Piauí, Fabrício e Fancielton Farias começaram a jogar badminton ainda na infância e hoje confiam em vaga no pódio dos jogos Pan-Americanos

Pan Lima 2019|Alexandre Garcia, do R7, em Lima, no Peru

Fabrício e Fancielton iniciam nesta terça o torneio de duplas do badminton no Pan
Fabrício e Fancielton iniciam nesta terça o torneio de duplas do badminton no Pan

Os irmãos Fabrício e Fancielton Farias começaram a jogar badminton ainda na infância. Como não tinham condições financeiras para utilizar os clubes da modalidade, eles lembram que improvisavam as quadras no quintal da casa onde moravam, na cidade de Teresina (PI). Hoje na seleção brasileira, os irmãos Farias estão na disputa dos Jogos Pan-Americanos Lima 2019.

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"Nós tínhamos uma ripa, que amarrávamos um lado na parede e o outro em uma árvore para jogar. Ficava da altura da rede, como a gente queria para jogar. Quando não tínhamos a ripa, usávamos o varal da minha mãe", relembrou Fancielton.

"O badminton mudou nossas vidas", garantem os atletas, que jogam juntos da disputa de duplas na competição a partir desta terça-feira (30).


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Fancielton já está nas oitavas da disputa individual
Fancielton já está nas oitavas da disputa individual

"Não é porque você não tem condições que não pode ser o melhor", afirmou Fancielton, que está também em busca de medalhas no torneio individual. Ele já está nas oitavas de final da competição após derrotar o cubano Roberto Carlos Herrera por 2 x 1 na segunda-feira (29).

Três anos mais novo, Fabrício destacou que começou na modalidade impulsionado pelo irmão mais velho. "Eu chegava em casa e chamava ele para jogar. Ele não queria porque estava cansado do emprego. Eu comecei a praticar, melhorei e fui chamado para uma seletiva", contou.


Apesar das dificuldades, Fancielton recorda da época em que vivia com o irmão em Teresina com carinho. "Era saudável. É uma lembrança muito boa que a gente tem. Eu espero que muitas histórias como a nossa aconteçam", afirmou o irmão mais velho. Hoje, eles desejam ser uma inspiração para os jovens que pensam em jogar badminton.

Fabrício está de olho no lugar mais alto do pódio
Fabrício está de olho no lugar mais alto do pódio

Ao comentar sobre a disputa por medalhas no Pan, eles divergem. Enquanto Fancielton fala em lutar por qualquer lugar no pódio, Fabrício está de olho na medalha dourada. "Ele é ambicioso", brincou o mais velho. "A gente batalhou muito para estar aqui. Foi muito suor", rebateu o caçula.


A família, que antes brigava pelo improviso para jogar com os objetos de casa, hoje apoiam a dupla. "Meu pai estranhava um pouco no começo, mas hoje ele vê que estamos caminhando bem, já virou amante do badminton e até joga", disse Fancielton. 

Há cinco meses, os irmãos piauienses arrumaram as malas e se mudaram para a cidade de Americana, no interior de São Paulo, e visitam o Estado onde começaram a trajetória no badminton apenas nas férias. "Nós vamos para lá agora no dia 3 [de agosto]. Ficaremos uma semana e já teremos que voltar", afirmou o irmão mais velho.

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