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Fã de Power Ranger, lutadora mira Olimpíada e não descarta mudança para o MMA depois do Rio 2016

Aline Silva começou no judô, assim como a imbatível campeã do UFC Ronda Rousey

Pan Toronto 2015|André Avelar, do R7

Aline Silva começou a carreira na luta olímpica só em 2006
Aline Silva começou a carreira na luta olímpica só em 2006
Aline Silva ficou com a medalha de bronze no Pan-Americano
Aline Silva ficou com a medalha de bronze no Pan-Americano

Vice-campeã mundial, bronze nos Jogos Pan-Americanos, Aline Silva está completamente focada no Rio 2016. A atleta da luta livre trabalha duro para conquistar uma medalha seja ela de ouro, prata ou bronze diante da sua torcida. Mesmo assim, já dá para dizer que uma possível mudança na carreira ronda sua cabeça. O encantamento com o mundo do MMA existe e brasileira já não descarta um dia migrar para o octógono.

Aline é fã de lutas desde pequena. Os filmes do Jackie Chan, do Bruce Lee e a série Power Rangers estavam entre os passatempos preferidos da paulistana. A menina queria lutar caratê, mas a escola em que a mãe a matriculou tinha apenas aulas de judô. Os resultados não demoraram a aparecer e com eles as dificuldades para manter quimonos e custear treinos e competições. Em 2006, veio a decisão de migrar para a luta olímpica e o sucesso foi de novo imediato. Aline chegou a ganhar um campeonato brasileiro da nova modalidade praticamente com golpes de judô e, claro, chamou a atenção de muitos e despertou o interesse na Confederação Brasileira de Lutas Associadas.

A facilidade e a força para derrubar as adversárias sugerem que uma possível mudança para o MMA também não seria tão complicada. Para se ter uma ideia, a imbatível campeã Ronda Rousey, um dos maiores nomes da modalidade, teve uma carreira para lá de vitoriosa justamente no judô. A norte-americana foi vice-campeã mundial, campeã pan-americana (ambos no Rio 2007) e medalha de bronze olímpica (Pequim 2008). A falta de valorização nos Estados Unidos – que produzem infinitos campeões a cada ciclo olímpico – e a promessa de fortuna a fizeram migrar para o Strikeforce e depois para o UFC. Ronda conserva muito do judô e tem como uma de suas marcas a chave de braço.

“Os esportes de contato são muito parecidos, o judô ensina muita coisa. É uma escola excelente. Antes eu falava ‘não, não, de jeito nenhum, morro de medo (de lutar no MMA)’, mas agora não sei... Acho que já tenho coragem. O clima do UFC é muito gostoso, parece ser tudo muito bem organizado, então já não falo que ‘não’. Quem sabe? Mas sem dúvida meu foco hoje é a Olimpíada”, disse Aline, que assistir à vitória esmagadora de Ronda sobre a brasileira Beth Correa, no UFC 190.


Atleta do Sesi desde 2009 e da Marinha desde 2013, Aline garante que consegue viver e se dedicar só ao esporte. Além disso, a lutadora tem apoio do Bolsa Pódio do Ministério do Esporte e patrocínio individual. O problema é, como tradicionalmente acontece, quando a onda olímpica passa.

“Hoje dá para viver tranquilo, mas a gente sabe que a vida de atleta é curta. A gente teme mesmo o pós-Olimpíada. Não basta só viver do esporte”, disse a lutadora da categoria até 75 kg.


Anéis olímpicos

A atleta está reunida com a seleção brasileira e, por enquanto, só pensa nos Jogos Olímpicos. Aline não quer se deixar levar por uma possível pressão por medalhas e faz com que o trabalho a condicione para chegar ao ápice da sua forma física e técnica no ano que vem.


A dificuldade da vez, inúmeras vezes mais fácil que as de outros tempos, está em arrumar companheiras igualmente fortes para os treinos. Com 1,77 metro e 80 kg, a atleta de 28 anos treina com o marido, Flávio Ramos, para aprimorar sua luta.

“Minha expectativa é que o meu hoje pode ganhar minha medalha de amanhã. Mas não quero colocar expectativa sobre isso e nem cabe. A Olimpíada está em prioridade da minha vida. É um sonho. A gente abdica de muita coisa por este momento e quero chegar muito bem”, explicou a atleta.

Antes de tudo isso, Aline ainda precisa confirmar sua vaga para o Rio 2016. O próximo compromisso é no Mundial de Las Vegas, nos Estados Unidos, em setembro. As seis primeiras atletas da competição estarão classificadas para os Jogos Olímpicos.

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