Saiba como agem os ‘Justiceiros do Tremembé'

O Balanço Geral Manhã mostrou que um verdadeiro clima de guerra toma conta da região do Tremembé, na zona norte de São Paulo (SP). Desde o começo de 2025, o aumento do número de moradores de rua e usuários de drogas causou um crescimento expressivo em roubos e furtos.

Indignados e cansados de esperar por uma resposta das autoridades, alguns moradores do bairro se organizaram em bandos e iniciaram uma verdadeira caça, com o objetivo de atacar todos os usuários de drogas e moradores de rua suspeitos.

O grupo se reúne no período da noite, durante a ausência de viaturas na região. Eles já até ficaram conhecidos nas redes sociais como “Justiceiros de Tremembé”. Diversos vídeos com flagrantes do grupo circulam pela internet. Nos registros, moradores de rua e usuários de entorpecentes são golpeados com chutes, socos e agredidos com pedaços de madeira.

Esta ação, no entanto, tem dividido opiniões e há muitos moradores que não concordam com os métodos agressivos escolhidos, o que pode gerar ainda mais violência. Sara Santos, comerciante local, se diz insatisfeita com tudo o que tem visto: “Acho que não pode chegar nesse ponto, né?”.

Em um vídeo, um homem dá um pontapé em um morador de rua e grita: “Vai embora!”. A maioria dos integrantes do grupo são motoqueiros. Pela internet, os “Justiceiros” marcam os encontros por meio de convites com linguagem informal, deixando claro na mensagem, que o intuito dos encontros é bater em quem passar pela frente e for suspeito.

Qualquer usuário ou morador de rua passa por um interrogatório. Em outro vídeo, um homem sendo agredido responde que seu nome é “Danilo”, e em súplicas de desespero, continua sendo agredido pelos homens da gangue, mesmo respondendo ao questionário. No fim, poucos saem ilesos, até mesmo os inocentes são espancados.

Em um registro, um dos agressores diz: “Tô revoltado, vou quebrar todos esses ‘nóias’ ai”. Um morador de rua aos prantos chora: “Eu estava pedindo dinheiro no mercado e já chegaram me agredindo”.

Os moradores da região agora têm mais uma dor de cabeça nas costas e seguem preocupados com a violência que a cada dia se expande pelas redondezas. “As pessoas estão andando aqui no comércio com pedaço de pau para bater no próximo, não pode ser assim”, afirmou Sara à reportagem da RECORD.

A polícia suspeitou de que a migração para a região do Tremembé aconteceu pela procura de alguma droga específica. Durante as buscas pela região, as autoridades encontraram uma casa bomba, porém, após vasculharem o local, não encontraram nenhum traficante.

Acompanhe o caso:

O Balanço Geral Manhã vai ao ar de segunda a sexta, às 5h, na tela da RECORD.