Veja tudo o que se sabe sobre o futuro médico brasileiro que desapareceu no Paraguai
O estudante de medicina Antônio Augusto sumiu há quase dois anos e meio sem deixar vestígios; entenda o caso

O Balanço Geral mostrou detalhes do caso do estudante de medicina brasileiro, Antônio Augusto, que desapareceu no Paraguai sem deixar nenhum vestígio há quase dois anos e meio. Isabel Streski, mãe do jovem que na época tinha 25 anos, relatou os momentos desesperadores da busca e contou também como o sumiço dele a motivou ajudar 83 famílias a encontrarem seus parentes perdidos.
Segundo relatos, a última conversa entre mãe e filho foi em clima amistoso e cercada de carinho. “Obrigado, mãezinha linda! Te amo demais! Deus te abençoe muito! Hoje o dia aqui amanheceu maravilhoso de lindo! Tenha uma excelente semana”. Essa foram as últimas palavras do rapaz para Isabel antes de ele desaparecer.
Ao falar do sumiço do filho, Isabel Streski não esconde o seu sofrimento: “Me quebrou em pedaços, toda vida eu vivi para ele”.
Antônio Augusto cursava uma universidade particular na província de Mariano Roque Alonso, há oito quilômetros de Assunção, no Paraguai. Faltavam apenas dois meses para a conclusão do curso.
Em 3 de outubro de 2022, uma segunda-feira, o jovem enviou um áudio para a mãe e desapareceu misteriosamente. “Não tem uma pista que nos leve ao que aconteceu”, desabafou Isabel.
Original de Ponta Grossa (PR), Isabel morava em Atlanta, nos Estados Unidos, na época do desaparecimento de Antônio. Naquele período, ela se dividia diariamente em três empregos diferentes. Pela manhã, limpava casas e depois cuidava de crianças no período da tarde, já no fim do dia, trabalhava como garçonete em um restaurante local.
Após o sumiço repentino do filho, ela procurou seus amigos. Como estavam em final de semestre na faculdade, todos acreditaram que ele pudesse estar trabalhando no hospital universitário.
Pouco tempo depois, o dono do imóvel onde o jovem residia enviou uma mensagem que a preocupou muito. Ele havia se deparado com a porta da casa de Antônio aberta, com uma mochila na cama. Ao lado, o seu celular e uma quantia de dinheiro que Isabel enviava a ele semanalmente.
A gata de estimação, Luna, também foi encontrada fora do imóvel, desorientada. “Ele nunca deixou ela ali. Aí, desmoronou meu mundo”, comentou Isabel.
Vinte dias depois do sumiço do filho, ela se mudou para o país. A mulher alega que, na falta de ajuda das autoridades e do Itamaraty, iniciou sozinha uma investigação particular sobre o paradeiro de Antônio. “Toquei todas as portas que você possa imaginar. Conheço o Paraguai de ponta a ponta. Lugares que a polícia não entra, eu entrei”, afirmou.
Em imagens de câmeras de segurança de uma das ruas da província próximo da residência, o jovem aparece caminhando pela região. A polícia afirma que elas são do dia 4 de outubro de 2022, data onde ele desapareceu, mas Isabel recusa essa hipótese: “Ele não me enviou mensagem na terça-feira de manhã, como poderia ser ele?”.
Uma motivação para continuar
Na rotina em busca de pistas do filho, Isabel foi conhecendo outras famílias que enfrentavam a mesma situação. Diante de tantas histórias interrompidas, não pode deixar de ajudar e criou uma organização. Para ela, auxiliar as pessoas a reencontrarem seus parentes lhe traz muita esperança de um dia achar Antônio.
“Sei que nós vamos nos encontrar. Eu tenho certeza disso!”, afirmou.
Apesar do aparente desinteresse por parte da Polícia paraguaia, as ações de Isabel tem trazido voz e poder ao movimento iniciado por ela.
O Ministério das Relações Exteriores afirma que acompanha o caso e presta assistência aos familiares por meio do Consulado Geral do Brasil em Assunção.
Confira a reportagem:
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