Entenda como funcionava a seita religiosa que pode ter acabado com a vida de Didja
Testemunhas revelaram que avó da vítima também teria morrido em decorrência da prática familiar; confira o caso
Domingo Espetacular|Do R7
O Domingo Espetacular trouxe mais informações sobre a morte misteriosa de Didja Cardoso, de 32 anos, ex-sinhazinha do boi garantido, tradicional festa folclórica de Parintins, no Amazonas. A mulher foi encontrada sem vida, na casa onde morava com a família. Os policiais investigam se a causa teve a ação de outra pessoa, ou por uso próprio de medicamentos.
Para os investigadores, a moça teve uma overdose de cetamina, anestésico veterinário utilizado em grande animais. O caso antecipou uma operação que a Polícia Civil do Amazonas planejava. Os agentes desconfiavam da mãe e do irmão da vítima, Cleusimar e Ademar Cardoso, além da própria Didja, em possíveis sequestros, envolvimento com tráfico de drogas e cárcere privado.
Com as acusações, os parentes da ex-sinhazinha foram presos, e outras duas funcionárias do salão de beleza da família, Verônica Costa e Claudiele Santos, que supostamente estariam envolvidas, também foram levadas pela polícia.
O advogado de defesa San Barbosa disse que as acusações contra a família da vítima são falsas. “Isso [as acusações por tráfico de drogas, sequestro e cárcere privado] é um argumento criado para ser divulgado à mídia, mas, em tese, não existem provas”, contou.
Por parte da polícia, a suspeita é de que os medicamentos eram utilizados por eles, como um ritual de uma seita religiosa criada pela própria família. A prática, batizada como “Pai, Mãe, Vida”, ocorria na casa da vítima, onde eles faziam o uso excessivo do anestésico. O efeito do remédio veterinário, que em humanos causa rigidez muscular e alucinações.
A médica anestesista Diná Mie Hatanaka contou os possíveis efeitos da cetamina. “Pode provocar alterações da memória, do comportamento. Tem alguns relatos até de indução de psicose”, explicou.
Cícero Túlio, delegado responsável pelo caso, também falou sobre a influência do medicamento na seita da família. “Eles acreditavam que com o uso dessa substância podiam transcender para outra dimensão e ficar mais próximo da realidade metafísica deles”, falou.
A polícia investiga se Didja Cardoso morreu por overdose de cetamina, uma droga usada em rituais de um grupo religioso liderado pela família dela. A mãe, o irmão e três funcionários de Didja já foram presos. A morte inesperada está cercada de mistérios, com um enredo que envolve uso de drogas, cárcere privado, violência e rituais religiosos.
Segundo parentes de Didja, a morte da ex-sinhazinha pode não ser a primeira por uso de cetamina. Testemunhas revelaram que a avó da vítima também teria morrido em decorrência da seita religiosa.
Uma tia da empresária contou que os familiares deram entorpecentes para a idosa. “Drogaram a vovó, aplicaram esse anestésico e ela não aguentou”, relatou.
Assista ao vídeo:
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