Esquema de tráfico de drogas desmantelado em SP tinha prestação de contas, controle de estoque e RH

A polícia desarticulou um sofisticado esquema de tráfico de drogas que operava nos moldes empresariais na zona leste de São Paulo e outras cinco cidades da região metropolitana. A organização criminosa gerenciava 84 pontos de venda chamados "lojas", com estruturas semelhantes a uma empresa legalizada.

As investigações duraram oito meses e revelaram um sistema bem estruturado. Os traficantes recrutavam e treinavam pessoas para atuar nas "lojas", mantendo controle rigoroso sobre estoque e finanças. Havia até mesmo departamentos específicos para recursos humanos (RH) responsáveis por cadastrar os envolvidos no tráfico.

Os criminosos utilizavam câmeras para monitorar as atividades nos pontos de venda. Cada integrante tinha seus dados registrados detalhadamente, incluindo nome, apelido e histórico dentro da facção criminosa. Além disso, havia regras rígidas quanto à reposição dos entorpecentes: pedidos deveriam ser feitos até 18h sem atrasos permitidos. Um dos chefes destacou a necessidade urgente de intercâmbio entre lojas para suprimento de drogas.

Durante a operação policial foram presas 17 pessoas; três delas em flagrante delito. Em apenas uma semana, uma das lojas registrou arrecadação superior a R$ 700 mil. O esquema incluía auditorias internas e punições disciplinares para quem descumprisse normas estabelecidas pela organização do tráfico local.

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