Saiba quais são as vacinas indicadas e doenças mais comuns no Peru
O sarampo não é preocupação como no Brasil, mas vacina é recomendada; diarreia do viajante, contraída por água ou comida contaminada é frequente
Pan Lima 2019|Deborah Giannini, do R7

Toda viagem internacional exige uma preparação que vai além de arrumar as malas - os cuidados com a saúde. Saber quais são as doenças mais frequentes no país de destino e tomar as vacinas recomendadas podem contribuir para o sucesso da viagem. No caso do Peru, sede dos Jogos Pan-Americanos 2019 que começam em Lima nesta sexta-feira (26), as vacinas já exigidas no Brasil são úteis também por lá.
É o caso da vacina contra o sarampo, a tríplice viral, que protege também contra a caxumba e a rubéola. Atualmente, a doença é uma preocupação mundial - cresceu 300% no mundo todo no último ano, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). A médica Mônica Levi, presidente da Comissão de Calendários e Consensos da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), afirma que o Peru registra casos da doença, porém não há surto no momento, como no Brasil. Aqui, há surtos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, de acordo com o Ministério da Saúde.
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"Assim como a vacina da febre amarela, a de sarampo não é exigida no Peru, mas é recomendada. A vacina da febre amarela só é exigida em áreas de risco daquele país, mas, como o cenário na América Latina está mudando com muita velocidade, e essas vacinas já fazem parte da rotina aqui, vale a pena se prevenir", explica.
No Peru, a vacina contra o sarampo é dada a partir dos 6 meses - aqui, é a partir de 1 ano de idade, exceto em situações de surto.
Ela resssalta que, no caso da vacina contra a febre amarela, é preciso planejamento, pois o imunizante demora dez dias para fazer efeito e ainda é necessária a requisição da carteira internacional de vacinação.
"O ideal é atualizar a situação vacinal para a viagem", orienta. Isso significa a atualização das vacinas contra sarampo, febre amarela, tétano e hepatite A e B, segundo ela.
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"A única vacina que é realmente recomendada para quem vai ao Peru é a de febre tifoide, que protege contra a Salmonella Tiff, pois é muito frequente infecções por meio de água e comida contaminadas por essa bactéria", afirma.
A doença mais comum que costuma acometer os turistas no Peru é a chamada diarreia do viajante, segundo ela. A patologia, ligada a problemas de saneamento básico, é contraída por meio do consumo de água ou alimentos contaminados, conforme explica a médica.
"Essa diarreia não é provocada por diferença de tempero, mas sim por bactérias, vírus ou protozoários que causam infecção. Os sintomas são mal estar e febre. O tratamento é com antibióticos. Vale ter cuidado com a água e comida, aonde e o que vai comer", diz.
"A vacina da febre tifoide protege esse tipo de infecção, pelo menos da Salmonella Tiff, que é a salmonella [bactéria] mais grave", completa.
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Também ligada à água e comida são a hepatites A e B. Para essas doenças, existem vacinas no Brasil disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Outra doença presente no Peru é a raiva, considerada não controlada, mas apenas em áreas rurais, informa Mônica. "A profilaxia dessa doença depende da região que o viajante irá. Se ficará apenas em Lima, não há sentido fazer".
Em relação às doenças transmitidas por mosquito, a médica orienta os mesmos cuidados que se têm no Brasil, como uso de repelentes. "Lá também existe dengue, zika e chickungunya. Mas não há registro de malária em Lima".
De maneira geral, a médica recomenda que sempre se atualize a situação vacinal antes de embarcar para uma viagem. "Eventos esportivos como esse contam com grande número de pessoa de vários lugares diferentes, então é bom se proteger", finaliza.
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No Brasil, foram notificados 12 mil surtos de doenças alimentares entre 2000 e 2017, sendo 92% deles causados por bactérias. Cerca de 30% foi provocado pela bactéria salmonella. Mais de 236 mil pessoas ficaram doentes e 182 morreram, o que representa u...
No Brasil, foram notificados 12 mil surtos de doenças alimentares entre 2000 e 2017, sendo 92% deles causados por bactérias. Cerca de 30% foi provocado pela bactéria salmonella. Mais de 236 mil pessoas ficaram doentes e 182 morreram, o que representa uma taxa de letalidade de 0,08%. Os dados são do boletim de Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) no Brasil, divulgado este ano pelo Ministério da Saúde











