‘A TV aberta será aperfeiçoada’, afirma Sergio Santoro em audiência sobre a TV 3.0
Em audiência pública, integrantes do Fórum SBTVD discutiram os avanços e as perspectivas da DTV+, nova marca da TV digital aberta brasileira
Record Emissoras|Do R7
Na última segunda-feira (2), o Conselho de Comunicação Social (CCS) do Congresso Nacional promoveu uma audiência pública dedicada ao futuro da transmissão digital no Brasil, com foco na TV 3.0 e na nova marca DTV+.
O debate contou com a participação de Sergio Santoro, assessor de planejamento de engenharia da RECORD e coordenador do módulo de mercado do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (Fórum SBTVD); Ana Eliza Faria, coordenadora do grupo de trabalho de migração da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) e integrante do Fórum SBTVD; Marcelo Moreno, coordenador do grupo de trabalho de codificação de aplicações do Fórum SBTVD; e Paulo Alcoforado, diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Funcionalidades - Durante a audiência, os representantes do Fórum fizeram uma demonstração da interface da TV 3.0, com lançamento previsto para 2026. A aplicação contemplará os canais abertos e as TVs públicas, incluindo um espaço para os serviços do Gov.br.
Também foram apresentadas as principais inovações da DTV+ (abreviação de digital television), como o direcionamento de anúncios para públicos específicos com base em dados demográficos, interesses, comportamentos de navegação e até localização geográfica. “Isso permitirá que as campanhas sejam mais personalizadas, aumentando a relevância dos anúncios para cada consumidor”, explica o engenheiro Sergio Santoro.
Além da qualidade de imagem e som, com resolução 4K/8K, áudio 3D e HDR, a DTV+ possibilitará que o público interaja com o conteúdo de diversas formas. O usuário terá uma experiência fluida, com integração entre o broadcast e o broadband. Será possível clicar em anúncios, responder pesquisas, acessar sites ou até realizar compras diretamente da tela da TV.
Todas essas funcionalidades, segundo os expositores do Fórum SBTVD, serão alinhadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), com mecanismos que garantirão ao telespectador o controle sobre o uso de seus dados pelas emissoras e plataformas.
Embora algumas interações necessitem do uso da rede, Sergio Santoro ressalta que a TV 3.0 não será exclusivamente dependente da internet. “Mesmo aqueles sem acesso à rede poderão continuar assistindo aos canais abertos de forma gratuita”, pondera.
Botão DTV+ – Durante o debate, foi destacada a necessidade de garantir que a TV 3.0 seja acessível para todos, incluindo aqueles que não têm familiaridade com as tecnologias mais recentes. Como solução, foi defendido pelos participantes que os novos televisores e controles remotos tragam um botão com acesso direto ao ambiente da DTV+, facilitando a transição do telespectador para o novo sistema e para o catálogo de ícones da TV aberta.
Regulação da TV 3.0 – Com a iminência da implantação da tecnologia, os debatedores foram questionados sobre a regulação da versão 3.0 da televisão digital e a preocupação de que esse novo modelo continue democrático, sem perder o caráter público e gratuito da radiodifusão.
Segundo Sergio, a radiodifusão sempre teve uma curadoria responsável, pois é altamente regulamentada. “Em contrapartida, o que encontramos nas plataformas digitais é bem diferente. Toda plataforma digital não tem qualquer tipo de regulamentação”, argumenta.
“Nós temos uma assimetria nesse sentido, que precisa ser corrigida. A ideia aqui, com o acesso facilitado às emissoras de televisão através dos ícones, é efetivamente trazer uma modernização, mas mantendo o espírito da radiodifusão pública, para que possamos continuar tendo as discussões sobre os destinos do país de forma mais democrática possível”, analisa Santoro.
Para o representante do Fórum SBTVD e engenheiro da RECORD, tanto a população quanto a televisão brasileira só têm a ganhar com essa nova forma de acesso. “A radiodifusão não deixará de ser o que é hoje; ela será aperfeiçoada. A visão que trazemos para esse novo projeto é de sustentabilidade e inclusão, porque as características da radiodifusão não serão perdidas, como a gratuidade e o acesso a qualquer cidadão brasileiro”, concluiu Sergio Santoro.