Caso Lázaro: entenda por que familiar das vítimas pede indenização ao governo do DF
Homem era procurado pela polícia, mas pode ter passado despercebido por agentes militares em blitz dias antes de cometer a chacina; confira
Cidade Alerta|Do R7
O Cidade Alerta trouxe, com exclusividade, mais detalhes sobre o caso Lázaro Barbosa, homem de 32 anos que ficou conhecido como maníaco do Centro-Oeste após a chacina da família Vidal, no Distrito Federal. O criminoso desapareceu por 20 dias até ser capturado e morto pelos policiais, no dia 27 de junho de 2021, em Cocalzinho de Goiás (GO). Além dos assassinatos cometidos, o rapaz era acusado por roubo, estupro e homicídio, além de ser fugitivo do sistema penitenciário.
Mesmo após três anos do ocorrido, os sobreviventes da família que Lázaro matou, decidiram contratar detetives particulares para investigar o caso. Eles descobriram que o criminoso foi parado em uma blitz de trânsito dias antes da chacina. O homem mentiu seu próprio nome, foi levado para a delegacia, mas saiu pela porta da frente como se fosse inocente.
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Priscila Vidal Brandão, sobrevivente da família vítima dos crimes de Lázaro, contou: “Não acredito que minha família inteira morreu banalmente. Porque se ele tivesse sido preso, não teria matado ninguém, não teria chegado aqui e nem feito as maldades que fez”.
Segundo o advogado da parente das vítimas, Lázaro esteve nas mãos da Polícia Civil do Distrito Federal, mas não foi detido. “100% de certeza. Não tenho provas, mas tenho diversos indícios robustos, com depoimentos, quebra de sigilo telefônico e ocorrência da Polícia Militar que demonstram ser a pessoa de Lázaro [parado pelos agentes]”, disse Ricardo Cardoso.
No dia 6 de junho de 2021, a Polícia Militar montou uma blitz numa estrada em Brazlândia (DF). Um motociclista foi parado, pelos agentes e, sem documentos, disse que seu nome era Patrick Rodrigues de Souza. No entanto, no boletim policial, eles disseram que não conseguiram identificar o homem nos dois sistemas de informações da Secretaria da Segurança.
O rapaz que não tinha documento de identificação foi conduzido até uma delegacia e se negou a fazer o teste do bafômetro. Os policiais, então, o liberaram, mas ele só foi embora após outro motorista ir até o local para conduzir a moto, já que ele não tinha a habilitação em mãos.
A investigação do assassinato pediu a quebra do sigilo telefônico de Lázaro e da sua esposa, Ellen Vieira. Todos que tiveram contato com o casal foram interrogados, e entre eles, três pessoas testemunharam o dia da blitz. Um motoboy que prestou depoimento disse que recebeu uma ligação de uma mulher pedindo para buscar uma moto apreendida em Brazlândia. Ele também contou que o nome do rapaz que iria ajudar era Patrick.
Outras duas testemunhas confirmaram que a moto de Lázaro teria sido apreendida pela polícia. Além disso, há um documento na 18° DP anexado ao processo, que confirma a apreensão do veículo de um homem chamado Patrick.
A família tem certeza de que o homem que se apresentou como Patrick seja o Lázaro. Por esse motivo, Priscila fez um pedido de indenização contra o governo do Distrito Federal. No entanto, a Procuradoria do DF apresentou contrarrazões, pois alegam que a responsabilidade seria do Estado de Goiás, pois o homem seria uma pessoa evadida do local.
Ricardo Cardoso disse que, apesar do homem ter supostamente mentido sua identidade, a polícia deveria ter procurado alguma DP que tenha coletor de digital ou Instituto de Criminalística. “Tinham duas delegacias próximas, a 24° DP e a 15° DP com os equipamentos necessários para identificação”, disse.
O advogado ainda falou que se os policiais tivessem feito a identificação, Lázaro estaria preso. “Essa família estaria viva hoje”, revelou.
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