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Domingo Espetacular

Entenda o que é criptorquidismo, condição de recém-nascido que gerou polêmica

Pais do bebê pediram um exame de DNA para saber se realmente é o filho deles que estava sendo enterrado; entenda

Domingo Espetacular|Do R7


Casal perde filha dias após o parto e busca entender o que ocorreu Reprodução/RECORD

O Domingo Espetacular trouxe com detalhes o polêmico caso enfrentado por país de uma criança recém-nascida, em Tangará da Serra (MT). Tratada até então como menina, a bebê ficou em uma UTI por oito dias após nascer em um parto de alto risco que precisou ser antecipado.

Depois de uma cirurgia de emergência, os médicos disseram que era um menino. O bebê faleceu um dia depois a cirurgia e, agora, Ana Paula de Souza, de 22 anos, e o marido, Guilherme Augusto Lopes, buscam saber se o garotinho que morreu é mesmo a menina que esperavam ter.

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Segundo a mãe da criança, tudo seguia bem, mas no oitavo mês de gestação o parto precisou ser antecipado. Ana foi para um hospital público municipal e, após dois dias, surgiu uma vaga na UTI Neonatal na maternidade de um hospital particular na cidade, que tinha convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).

O bebê nasceu prematuro, e foi transferido às pressas para a vaga de urgência do hospital particular. “Em nenhum momento eles trouxeram para mim. E só deixaram meu marido ver na hora que já estava de fralda”, conta Ana Paula.


Vídeos registraram a criança recém-nascida já no leito reservado no setor neonatal. As notícias sobre a bebê eram positivas, bem como mostram áudios que os médicos enviavam para os pais: “Clinicamente tem evoluído bem a fofinha”, diz o médico. Em outro áudio gravado, outro profissional relata: “A UTI com notícias da tua mocinha, tua nenezinha. A neném tá bem estável, ontem ela pesou 950 gramas”.

Depois de oito dias na UTI, a bebê precisou passar por uma cirurgia de emergência para correção de uma hérnia. Segundo o hospital, durante o procedimento, o cirurgião identificou testículos escondidos no abdômen devido a uma má formação durante a gestação.


Assustada e confusa com a situação, a mãe da criança questionou os médicos para tentar entender o que realmente estava acontecendo: “Uma genitália feminina e uma masculina tem muita diferença. Não tem como confundir. As enfermeiras limpando, cuidando o tempo todo, pedia fralda para gente dia sim, dia não. Como não percebeu?”

A Secretaria Municipal de Saúde de Tangará da Serra (MT), responsável pelo hospital onde o parto de Ana Paula foi feito, confirma o nascimento de uma menina. “Nosso pediatra, que presta serviço no centro cirúrgico do município, no nascimento, feito as averiguações e as devidas contatações, certificou-se de ser uma RN do sexo feminino.


O pai da criança conta que a família ficou totalmente confusa: “Foi chocante, né? No momento, então, cheguei em casa e falei para minha mãe e ela entrou em desespero: ‘Para de falar isso da menina! É uma menina. Por que você esta falando isso?’”.

Depois da cirurgia, o estado de saúde do bebê se agravou. A criança teve três paradas cardíacas seguidas. Ainda com vida, os pais pediram para ver o neném. “Ele abriu a fralda para gente, e mostrou que realmente era um menino. Era nítido. Não tinha dúvidas de que era um menino”, conta Guilherme Augusto Lopes, pai da criança.

Em nota, o hospital privado aponta que o cirurgião encontrou testículos no abdômen da criança. Um menino, portador de criptorquismo, que se trata da não descida dos testículos para a bolsa escrotal.

“Eles são muito frequentes. Tem trabalhos mostrando que até 5% dos recém-nascidos masculinos têm testículos fora da bolsa. Então, a ausência dos testículos na bolsa podem eventualmente passar por despercebida na questão da higiene diária. Já a existência de um órgão sexual, do pênis ou clitóris avantajado, é muito mais difícil”, revela José Roberto Baratella, cirurgião pediátrico.

O bebê morreu um dia depois da cirurgia. A família, que inicialmente registrou a criança como Lavinia Vitória de Souza Lopes, saiu do hospital com o atestado de óbito em nome de Lorenzo Augusto. “Um dia antes a gente tinha a Lavínia, e naquele mesmo momento, estava enterrando o Lorenzo”, lamenta parente da criança.

A família sepultou a criança sem saber o que aconteceu. Confusos e cheios de dúvidas, se perguntam se aquela criança era realmente a deles. Ana Paula e Guilherme solicitaram na Justiça um pedido de exumação do corpo do bebê para que fosse feito um exame de DNA.

A morte do bebê foi registrada na delegacia de Tangará da Serra, como morte a esclarecer, e por enquanto, segue em segredo de Justiça. “Você fica com dúvida. E se não for meu filho? A gente não está afirmando que não é, mas fica com dúvida na cabeça”, fala Guilherme.

“Não estou dormindo pensando se é o neném, se não é. Mas eu quero acreditar que seja para dar um descanso para ele, para dar um descanso para mim, e a gente colocar um ponto final nessa angustia”, desabafa Ana Paula.

Assista ao vídeo:

O Domingo Espetacular vai ao ar todo final de semana, a partir das 19h45, na tela da RECORD.

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