"Ele é um monstro", relata mais uma vítima de médico acusado de estupro
A mulher ficou com sequelas que a impossibilitam de trabalhar; o suspeito continua foragido
Cidade Alerta|Do R7
O Cidade Alerta acompanha o relato de mais uma vítima do médico-cirurgião Paulo Augusto Berchielli, proctologista, acusado de abusar sexualmente pacientes durante cirurgia.
Mais uma das vítimas decidiu quebrar o silêncio e conversou com exclusividade com a equipe da Record TV.
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Apesar de anestesiada, a mulher viu cenas que nunca vai esquecer. Um parente indicou o suspeito, para que ela fizesse uma cirurgia de emergência. A vítima relatou que tinha uma auxiliar com ele, foi feito o procedimento e a acordaram quando terminou o procedimento.
Depois da operação, quando a mulher já estava sozinha no consultório, o cirurgião voltou, supostamente para assinar a alta médica. Porém, logo em seguida, ele entrou com mais uma medicação e pediu para a paciente tirar a roupa novamente.
Apesar da alta dose medicamentosa, ao passar mal, ela retomou um pouco da consciência. O médico teria tirado a roupa da paciente, a debruçou em cima da maca. Ela relatou que o viu sem roupas abaixo da cintura, pegando papel toalha para se limpar. Segundo a vítima, ela ficou na posição por cerca de uma hora e não conseguia se mexer.
De acordo com o acompanhante, ela estava muito dopada e observou o comportamento estranho do cirurgião. “Ele estava acariciando o braço dela”, contou. A cirurgia aconteceu em uma sexta-feira, porém ela só acordou no domingo. O caso aconteceu há dois anos.
Além dos danos emocionais, a vítima precisou lidar com os ferimentos físicos causados pelo abuso sexual. O cirurgião gerou um pós-operatório cheio de complicações, dores e danos irreversíveis. “Após essa cirurgia, eu perdi o meu emprego, porque eu perdi o controle do esfíncter. Hoje eu tenho que usar fralda. Toda a minha dignidade foi por água abaixo. Ele é um monstro”, desabafou aos prantos.
O familiar da mulher abusada, que foi seu acompanhante, chegou a ir à clínica de proctologia confrontar o cirurgião. O suspeito teria tentado suborná-lo e disse que alegaria que o sexo foi consentido. “Eu espero que ele receba uma pena justa, que o sistema entenda que ele não pode ficar na sociedade e que ele deve pagar por isso”, disse a vítima.
O pedido de prisão foi expedido há menos de um mês. No inquérito, os resultados dos laudos periciais no vestido que a vítima usava concluem não haver materialidade do estupro. A defesa do médico inclusive enviou uma nota ao Cidade Alerta alegando inocência, ao se basear nesses exames. O suspeito pediu um habeas corpus, mas foi negado pelo Ministério Público, porque o DNA dele foi encontrado na peça íntima da vítima.
De acordo com pacientes e vítimas, Paulo é casado e tem filhos. A residência dele é um apartamento em um condomínio de alto padrão, na área nobre da zona sul de São Paulo, em Moema. Ele também teria uma casa de veraneio no litoral norte. Além disso, seria de uma família muito poderosa, com alto poder aquisitivo, com recursos inclusive para se esconder e até fugir para outros países.
Na denúncia, foi relatado a frieza e a crueldade com que o crime foi praticado, apontando uma personalidade desvirtuada e alta periculosidade para o convívio social. A equipe da TV Record tentou entrar em contato com o suspeito e com o advogado de defesa, mas não obtiveram respostas. O acusado continua foragido.
Assista ao vídeo completo:
O Cidade Alerta vai ao ar de segunda a sexta, às 16h50, e aos sábados, 17h, na tela da Record TV.