‘Estava acostumado a me bater’, afirma mulher que alega legítima defesa após matar o marido
Agora, a jovem trava uma batalha com a mãe do homem que exige a prisão da ex-nora; entenda
Cidade Alerta|Do R7
Uma família de Embu das Artes (SP) se divide entre dois lados de uma história que envolve supostas mentiras, violência doméstica e morte. Para descobrir a verdade sobre um assassinato cheio de versões, o Cidade Alerta acompanha o caso do relacionamento de dois jovens que acabou de forma drástica.
Tudo começou quando, de acordo com testemunhas, Maria Fernanda, de 20 anos, e seu ex-marido, Lucas, da mesma idade, começaram uma discussão envolvendo a filha do casal. Ela queria pegar a bebê de volta e o homem não gostou.
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Então, ele resolveu ir até o trabalho da mulher, começou uma briga e acabou atingindo a ex-esposa com socos. A vítima resolveu reagir e utilizou uma faca para revidar as agressões. Após ser esfaqueado, Lucas ainda foi socorrido, mas não resistiu e morreu no hospital.
Porém, antes disso, o homem teria ligado para a sua mãe, Janaína Denise, informando o ocorrido. Em conversa com a equipe da emissora, a mulher revelou as últimas palavras do seu filho: “Me socorre que eu estou morrendo”. Ela disse, ainda, que quando o encontrou ele tentava falar, mas da sua boca saia apenas sangue.
Quando o caso chegou na Justiça, Maria Fernanda alegou legítima defesa e não foi presa. Porém, agora vive com medo devido às ameaças que recebe com frequência pelo feito. Em entrevista exclusiva ao Cidade Alerta, a mulher marcada para morrer contou detalhes da relação que viveu até se defender pela última vez.
Em um local que não pôde ser identificado, a jovem admitiu não apenas ter matado o companheiro, como explicou os detalhes do momento de tensão: “Apanhei bastante, e quando eu já estava perdendo os sentidos, acertei a faca nele”.
Segundo ela, tanto as ameaças quanto os próprios atos de violência vindos de Lucas eram constantes. “Da última vez que ele me bateu, me acertou no olho com socos e eu fiquei desacordada”, revelou. Além disso, ela já havia registrado alguns Boletins de Ocorrência contra o homem.
Contou, ainda, que a mãe da vítima divulgou seu número de celular nas redes sociais e agora as ameaças vêm de grande parte da população local. “Um mutirão de gente ia me pegar”, disse sobre uma das mensagens que recebeu. Agora, Maria teme que algo aconteça com a sua filha.
No outro lado da história, Janaína exige justiça. “Quem não deve, não teme”, falou em relação à nora que, devido ao perigo que corre, está ‘escondida’. Segundo a mulher mais velha, em outras ocasiões, seu filho já havia chegado em casa com graves ferimentos causados pela jovem, e quer que ela pague pelo crime.
O caso foi registrado como homicídio no Distrito Policial de Embu das Artes. Juntas, a mãe e a ex-esposa do homem morto compareceram ao local e contaram suas versões. Mesmo após os depoimentos, a jovem deve ser ouvida mais uma vez pelas autoridades.
Os peritos não encontraram a arma branca utilizada no crime. Já os policiais, ainda avaliam uma possível omissão de socorro por parte do irmão de Maria, o que pode ter causado a morte de Lucas. Segundo Janaína, ele estava armado e impediu que seu filho recebesse ajuda imediata.
A mãe do assassinado mostrou, também, mensagens da ex-nora onde ela cobrava a pensão aos avós da sua filha no mesmo dia em que matou o pai da criança. “Ela usa a filha como moeda de troca”, disparou Janaína sobre Maria.
Disse, ainda, que a jovem tinha ciúmes de Lucas e já chegou a agredir outras mulheres por isso. Sobre as alegações da ex-sogra, Maria garantiu: “Tudo mentira, não existe isso. Lucas já estava acostumado a me bater”.
Quanto a bebê, a jovem assegura que, na idade certa, vai contar a verdade sobre o que aconteceu com seu pai. “Vai ser a primeira a saber, não tenho o que esconder dela”, afirmou. Justificou, ainda, que diversas vezes apanhou com a filha no colo e a criança enxugou suas lágrimas.
Mesmo assim, Janaína segue na tentativa de conseguir justiça pelo filho. “Quero que ela seja presa”, exigiu.
Confira na íntegra:
Acompanhe atualizações de casos como esse no Cidade Alerta. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir das 16h30; e aos sábados, com duas edições, às 17h e às 21h, na tela da RECORD.