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‘Quem se matou foi ele mesmo’, alega assassino confesso do galerista americano

Em entrevista exclusiva ao Domingo Espetacular, Alejandro Prévez apontou o mandante do crime e acusou a própria vítima

Domingo Espetacular|Do R7

Homem que confessou ter matado galerista no RJ fala pela primeira vez e aponta mandante do crime (Reprodução/RECORD)

O Domingo Espetacular conversou, com exclusividade, com o assassino confesso do americano Brent Sikkema, dono de uma famosa galeria de arte. O cubano Alejandro Prévez, de 30 anos, apontou um mandante do crime cometido no Rio de Janeiro, mas deu uma resposta surpreendente quando foi perguntado sobre quem era o verdadeiro culpado pela morte do galerista.

A equipe do programa foi até a cadeia pública Joaquim Ferreira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro, onde Alejandro aguarda julgamento. Durante a entrevista, o detento não encontrou dificuldades em se expressar. O homem, que cursou veterinária, fez parte das forças especiais de Cuba e falava três idiomas, contou que acabou envolvido nessa trama quando aceitou uma proposta de trabalho ainda no país de origem.

Logo de início, ao ser questionado se era o responsável pela morte, o acusado admitiu a participação no crime. “Sim e mostro muito arrependimento com respeito a isso, porque a minha intenção não foi matá-lo, foi mais bem dar um susto”, relevou.

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Ele trabalhava na casa do Daniel Garcia Carrera em Cuba, como segurança. Daniel é cubano naturalizado americano, ex-companheiro da vítima e apontado como o mandante do crime. Até o dia do assassinato, Alejandro nunca teve contato com Brent.

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O acusado mudou para o Brasil em 2022, onde começou a dar aulas de Espanhol. Ao descobrir que o ex-segurança estava no país, Daniel o procurou. “No início, eu pensei que tudo era um jogo. Momentos em que quando ele me propôs, eu comecei a ficar nervoso, não podia dormir”, disse.

Alejandro contou que lhe foi oferecido US$ 200 mil para dar um susto em Brent e que isso ajudaria a situação de Daniel no processo do divórcio. Segundo o assassino confesso, bem antes do crime, ele fez uma espécie de mapeamento do Rio de Janeiro e do entorno da casa. Ele esteve na área pelo menos duas vezes antes da morte de Brent, em setembro e em dezembro do ano passado.

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Nas duas ocasiões, o galerista estava na residência. Alejandro sabia, porque era avisado por Daniel. Ele contou ainda que foi orientado sobre onde se esconder caso necessário e o que dizer se fosse flagrado pela vítima. Na terceira investida, o crime aconteceu. A movimentação do criminoso foi registrada pelas câmeras do circuito de segurança.

Alejandro estacionou o carro emprestado a poucos metros da casa de Brent no dia 13 de janeiro. Por volta de 16h30, é possível ver o momento em que o galerista chegou em casa com uma sacola de compras. Mais tarde, às 3h42, já do dia 14, ele entrou na casa de Brent e abriu a porta com facilidade.

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Quinze minutos depois, o cubano saiu do imóvel, retirou as luvas, entrou no carro e deixou o local às 5h35. O veículo dele foi flagrado em uma praça de pedágio em direção a São Paulo. Dias depois, o homem foi preso em Minas Gerais.

Alejandro disse que entrou na casa com uma cópia da chave enviada por Daniel, mas garantiu que não levou nada. “Primeiro que a casa é de um milionário, o que não tinha para levar? Basicamente, se levasse algo dali, poderia levar, e ninguém se daria conta, mas tinham me falado em matar, não em roubar”.

Ele foi até o segundo andar, onde ficava o quarto de Brent. O americano não estava completamente adormecido e reagiu. Para contê-lo, Alejandro o atingiu com quatro golpes de faca. Segundo a Polícia, cerca de US$ 40 mil e R$ 30 mil foram levados da cena do crime e, ao invés de quatro facadas, foram 18 lesões apontadas no laudo da perícia.

Alejandro alegou que outra pessoa depois dele pegou o dinheiro e deu mais 14 facadas em Brent. “Quando eu dei a primeira, ele começou a se defender, começou a dar chutes com os pés no meu peito. Então dei a segunda no estômago, a terceira, a quarta foi para imobilizá-lo, porque ele não ficava quieto. Chegou um momento que comecei a chorar e depois desci, porque eu não queria ver imagem do que eu havia feito.”

A equipe do Domingo Espetacular teve acesso ao testamento deixado pelo americano. Brent declarou que não estaria casado quando morresse e fez questão de deixar por escrito que “para que não haja dúvidas, eu deserdo especificamente e completamente Daniel Sikkema, também conhecido como Daniel Garcia Carrera, independentemente se ele for legalmente meu marido quando eu morrer ou não”.

Estavam em jogo milhões de dólares do patrimônio de Brent, que era sócio de uma importante galeria de arte em Nova Iorque. Segundo Alejandro, Daniel queria a divisão de bens e a guarda da criança de 13 anos, que era beneficiada no testamento. Somente com o dinheiro da própria vítima, Daniel poderia pagar os US$ 200 mil acordados.

“Basicamente, eu não fiz por dinheiro. Eu o fiz por uma questão de que ele começou a me manipular. Eu via o abandono que sofria o filho como o abandono que eu sofri com o meu pai”, afirmou.

Daniel Garcia está em prisão domiciliar com tornozeleira nos Estados Unidos, após ser preso por fraude no passaporte. O Tribunal de Justiça do Rio determinou a prisão preventiva dele pela morte de Brent e pede a extradição para o Brasil. A primeira audiência do caso está marcada para julho.

A resposta de Alejandro para quem é o culpado pela morte de Brent Sikkema surpreende. Ao ser questionado sobre o responsável, o suspeito garantiu: “É Brent. Quem mandou foi o Daniel, o instrumento fui eu, mas quem se matou foi ele mesmo.”

Além disso, o acusado afirmou que não quer ser julgado no país de origem. “Se for por preferência, prefiro ser julgado no Brasil, já que para Cuba eu não volto. Se me mandarem de volta para Cuba, eu me jogo do avião”, garantiu.

Confira na íntegra:

O Domingo Espetacular vai ao ar todos os finais de semana, às 19h45, na tela da RECORD.



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