‘Queria ter a oportunidade de dizer o tanto que ele era amado’, desabafa viúva de policial enterrado como indigente
Criminoso disparou nove tiros contra o homem, na cidade de Campinas (SP); os autores ainda não foram identificados
Cidade Alerta|Do R7
O Cidade Alerta trouxe detalhes do caso do militar aposentado Carlos Alberto, de 53 anos, assassinado durante um assalto, na cidade de Campinas (SP). Os supostos criminosos efetuaram nove tiros durante uma briga com a vítima. O SAMU foi acionado, mas o policial aposentado não resistiu e morreu no local. Carlos Alberto acabou sendo enterrado como indigente. A polícia ainda não identificou nenhum dos suspeitos.
“Ele era muito querido, era um funcionário que trabalhou por 30 anos. Um excelente profissional, uma pessoa boa, ajudava todo mundo”, lamenta a esposa da vítima. “Nem ter um velório ele pôde ter, a gente não pôde nem se despedir”.
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O veículo usado para abordar Carlos, era de outra vítima que havia sido sequestrado e mantido em cativeiro por duas horas. O refém chegou a ouvir os sequestradores dizerem que usariam o carro dele para cometer outro crime.
Segundo uma testemunha, os pertences da vítima e o carro em que ele estava e usava para trabalhar como motorista de aplicativo foram levados por três jovens, que pareciam ser adolescentes. Carlos foi alvejado com nove tiros e jogado para fora do veículo. Além das marcas de tiros, as mãos dele estavam com sinais de mordidas.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima ainda conseguiu avisar as testemunhas que o veículo havia sido levado, o SAMU foi acionado, mas quando chegou ao local, o homem já estava sem vida. Como os documentos de Carlos foram levados no roubo, a vítima foi enterrada como indigente.
No momento do crime, a esposa de Carlos estava no Maranhão (MA), devido à perda da mãe. “Depois que perdi minha mãe, ele [a vítima] era meu suporte, e a gente conversava muito e ele me aconselhava. E tinha uma forma de me consolar, era essa companhia que eu tinha, são esses os momentos”.
“Eu queria tanto ter a oportunidade de dizer para ele o tanto que ele era amado e que faz falta para todo mundo que conheceu ele, pelo ser humano que ele era. Ele era um ser humano bom”.
Familiares só souberam o que de fato tinha acontecido com o policial, quando uma vizinha afirmou que há semanas, Carlos não era visto no condomínio.
A família ainda busca entender o que aconteceu, e pedem por justiça pela vida da vítima. “A gente quer resposta, né? Era uma pessoa trabalhadora a vida inteira, um militar aposentado, estava trabalhando no dia que foi morto”, diz Marcelo Matiello, sobrinho de Carlos.
“Meu tio era uma pessoa reservada sobre a vida pessoal dele, mas era uma pessoa de caráter, não fazia coisa errada”.
Carlos começava a aproveitar a aposentadoria e sonhava com uma vida mais calma ao lado da esposa. “Ele faz muita falta, ainda não caiu a ficha, penso que ele vai me responder e a gente vai realizar nossos sonhos”.
Outro familiar da vítima também se manifestou: “A culpa que eu tenho, é porque a gente não procura antes, para falar um ‘oi’, para dizer que ama”, lamenta o sobrinho.
O caso é tratado como latrocínio, que é quando há morte durante um assalto. Mas a família tem dúvidas. Para o sobrinho pode ter sido um crime planejado, já a viúva não descarta nenhuma hipótese.
A vítima deixa um filho de 28 anos, que agora busca exumar o corpo para poder dar a ele [Carlos] um enterro digno.
A polícia segue as buscas para identificar os autores do crime.
Confira na íntegra:
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