‘Uma pessoa de alto risco’, afirma psiquiatra sobre atirador de Novo Hamburgo (RS)
Édson Fernando Crippa, de 45 anos, já havia sido internado quatro vezes e mesmo assim tinha armas registradas na categoria CAC
Domingo Espetacular|Do R7
O Domingo Espetacular trouxe imagens inéditas e mais informações sobre a tragédia do atirador de Novo Hamburgo (RS), Édson Fernando Crippa, de 45 anos. Uma briga entre familiares terminou com cinco mortos, oito pessoas feridas e mais de 300 disparos de arma de fogo.
O pai do atirador, Eugênio Crippa, de 74 anos, foi quem fez a denúncia e informou que ele e sua esposa estavam sendo feitos de refém dentro da própria casa. Segundo a polícia, o homem sofria de esquizofrenia, e tinha legalmente quatro armas dentro de casa.
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Na noite do crime, a polícia do Rio Grande do Sul foi acionada para atender a um chamado em um bairro nobre da região. Quando chegaram ao local, foram recebidos por Édson com diversos tiros. Everton Raniere Kirsch Junior, de 31 anos, foi alvejado pelo atirador e morreu no local.
“Eles imaginaram que era um chamado normal, mas, da maneira que foram recebidos, ele [o outro policial] se obrigou a descer, ir até esquina pedir reforço, o que imediatamente aconteceu”, conta uma testemunha.
Câmeras de segurança da residência vizinha mostram o desespero de Rodrigo Volz, ao ver o amigo sendo atingido. O policial conseguiu se esconder atrás de um muro para recarregar a arma. Surpreendido pelo atirador, Rodrigo corre pela rua na direção contraria a casa. Édson aparece em seguida, perseguindo o PM. Rodrigo, de 31 anos, foi atingido na cabeça, chegou a ser socorrido, mas teve morte cerebral decretada dois dias depois.
“Nunca vamos poder aceitar a morte de um policial como naturalizada. Quando morre um policial morre alguém que se propôs a defender a sociedade, mesmo com o risco de perder a própria vida”, desabafa Cláudio dos Santos Feoli, comandante-geral da Brigada Militar de RS.
Após atirar nos polícias, Édson voltou para a casa com um novo alvo: sua família. Os tiros mataram o pai, Eugênio Crippa, e o irmão, Everton Crippa. E feriram com gravidade a mãe, Cleris Crippa, de 70 anos, e a cunhada, Priscilla Martins. Outras equipes de polícias chegaram no local, Édson resistiu, e o tiroteio se intensificou.
“Como ele tinha treinamento de tiro, ele sabia o que fazia. Tinha uma estratégia que fazia com que a polícia tivesse dificuldade de chegar nele”, diz testemunha.
A troca de tiros entre Édson e os policias durou cerca de nove horas. No período, ele atingiu outros seis policiais. Na manhã do dia seguinte, os policiais invadiram a casa da família Crippa e constataram que Édson estava morto. Com ele, foram encontradas quatro armas diferentes.
Segundo a polícia, o atirador sofria de esquizofrenia, e por conta disso, chegou a ser internado quatro vezes, e mesmo assim, tinha armas registradas na categoria CAC (Caçador, Atirador e Colecionador). A Polícia Federal e o Exército confirmaram que Édson estava apto para comprar armas.
“Perde a capacidade de pensar, de raciocinar. Ela fica com a mente alterada, se essa pessoa tem acesso à arma, ela tem um risco muito grande. O esquizofrênico e dependente químico, sempre é uma pessoa de alto risco, muito agressivo”, explica o psiquiatra Nelio Tombini.
Agora, a Polícia Federal iniciou uma investigação interna para saber como foi feito o exame que aprovou o registro de arma para Édson.
Assista ao vídeo:
O Domingo Espetacular, apresentado neste fim de semana por Carolina Ferraz e Eduardo Ribeiro, vai ao ar às 19h45.