Marcos Mion faz balanço dos 7 anos de Legendários: “Quando cheguei aqui, era um moleque”
Apresentador comemora mais um aniversário de sucesso da atração
Legendários|Rafael Molica, do site oficial
Há 7 anos, o Legendários começou a levar um tom laranja recheado de diversão e irreverência às casas dos telespectadores. Quadros, personagens, entrevistas marcantes e muito mais deixaram sua marca na Record TV. Para comemorar a data, a atração reuniu, nesta sexta-feira (9), personalidades que fizeram parte dessa história e teve até bolo de aniversário temático.
Em entrevista exclusiva ao site oficial do Legendários, Marcos Mion, 37, faz um balanço dos anos que passou no comando de toda essa loucura calibrada na medida certa para conquistar inúmeros fãs.
— O Legendários é um marco definitivo e inesquecível na minha vida, mas, quando a gente começa a olhar para trás e ver o quanto marcou a vida de tantas pessoas, tanto no palco de tantos artistas quanto de quem assiste em casa, é aí que tudo começa realmente a tomar um senso maior do quanto que vale a pena todo o trabalho que a gente se propõe a fazer, as privações que a gente tem, a dedicação ao longo desses 7 anos. Não foi fácil. Foram 7 anos intensos de muito trabalho.
O apresentador relembra com um sorriso no rosto os nomes que o Legendários teve a chance de divulgar ao longo de sua trajetória, como os sertanejos Marcos e Belutti.
— Receber essas pessoas queridas no palco, lembrando a história deles no programa e vendo eles falando de mim, falando da atração com esse carinho tremendo, é uma coisa emocionante. Fico muito emocionado de saber que a gente lançou tantos artistas que fazem sucesso hoje no país inteiro. Primeiro palco que eles tiveram como artistas de fato foi o Legendários. Toda vez que eu recebo principalmente os artistas do universo sertanejo e do funk, que chegam no palco e choram falando que era o sonho da vida deles se apresentar ali, me coloca em um estado de graças. Só consigo agradecer mesmo pela honra de poder fazer parte da vida de tanta gente.
Caminho das pedras
Qual a receita para um programa de TV encontrar o sucesso? O apresentador deu seus palpites tendo o aniversariante como referência.
— O maior segredo, se é um segredo e que é mais uma característica do Legendários, é a humildade de se adaptar, abrir mão de conceitos e preceitos que minha equipe e eu tínhamos como certo e buscar coisa nova.
Mion foi quem desenvolveu a ideia do programa e que foi lapidado ao lado de alguém que vê como peça fundamental dessa bem-sucedida história.
— O Legendários de hoje é outro programa em comparação de quando começou. Desenhei e ofereci a atração que a Record TV comprou. Depois, entrou o Cesinha [Cesar Barreto] na minha vida e no programa, que virou uma mescla do meu universo com o dele. Hoje, ele não está mais dirigindo diretamente o Legendários, já que é diretor artístico da emissora. Mas foi essa junção e esse casamento que eu tive com ele que fez o Legendários virar um programa de sucesso. E, sem dúvida nenhuma, foi também aprendendo abrir mão de muita coisa, a ter a humildade de buscar outros caminhos, não ficar batendo na mesma tecla e, acima de tudo, saber que a televisão não é uma coisa que você faz para seu gosto pessoal.
Ouvir o que seu público deseja, aliás, é um ingrediente imprescindível para Mion.
— A televisão tem que ter as suas características, ser muito verdade para você, mas ela não está lá para você. É um trabalho feito para o povo. O que interessa é o que eles gostam e o que tenho para oferecer que eles gostam. Tem uma diferença grande entre isso e o que eu gosto de consumir para o meu prazer. É diferente. O apresentador tem que ter a humildade de saber que ele é um veículo para passar adiante a emoção, histórias e abrir espaço para artistas e convidados que, aí sim, acredito que o povo vai querer conhecer.
Não foi apenas o Legendários que se transformou ao longo dos anos. Mion também percebe que ele mesmo ficou diferente.
— A minha barba está ficando branca... Estou chegando a um patamar que as pessoas têm respeito por mim. É uma loucura isso. Quando cheguei aqui, era um moleque. As pessoas olhavam para mim: “Esse moleque da MTV maluco vai derrubar essa emissora, vai botar fogo nisso. O que ele vai fazer?”. Anos depois, sou um cara que as pessoas olham para mim e falam: “Nossa, que honra ouvir isso de você, o que você está falando. Você é minha inspiração”. Ouço isso de artistas de anos de carreira: “Você mudou meu jeito de me portar ou de me comportar com a minha arte ou com minha família. Você mudou o jeito como eu trato meus filhos”. De certa forma, eu olho agora e estou em um momento que as coisas são diferentes.
A percepção de mudança também é latente entre os fãs, contato que ele gosta muito de manter, seja pessoalmente ou pelas redes sociais.
— As pessoas me veem na rua e falam do programa, mas elas falam, acima de tudo, de mim como pessoa física e das coisas que eu conquistei ao longo da minha vida e da minha família, das minhas crenças, das coisas que eu faço independente do programa também. Acho que isso é um patamar muito interessante, que é a primeira vez que eu estou chegando nele. Estou muito orgulhoso, muito feliz, fico feliz por essa mudança de percepção que as pessoas têm de mim também.
Do palco para a tela
Estar à frente de um programa de TV não fazia parte dos sonhos de Mion quando era mais jovem. Mas foi ali que o apresentador treta encontrou uma maneira especial de chegar até as pessoas.
— Ter um programa de televisão foi uma coisa que veio tarde na minha vida. Eu sou o cara que sempre fugi dela, sempre tirei sarro dos meus amigos de teatro que iam para a TV, chamava eles de vendidos e tudo mais [risos]: “Porque a arte de verdade é no palco, é no teatro”. E olha onde eu estou. Relutei muito, mas, depois, descobri que a televisão é um meio tão carente quanto o teatro, com um alcance muito maior e num país que necessita da televisão para educação, cultura e entretenimento. É um ambiente que me senti muito motivado e desafiado a suceder, a ficar, a ter sucesso. Começou a partir disso virar um desejo de fato ter um programa duradouro que fizesse parte da vida das pessoas como eu já tive vários assim.
Após tantas transformações na carreira e na atração, Mion não consegue imaginar o que está por vir no Legendários.
— Não tenho a menor ideia. Que loucura! Se for igual, eu vou estar feliz demais.