"Ela ainda não fez as pazes com a vida", diz Roberta Gualda sobre Anastácia
Personagem da atriz esconde dos colegas que não teve acesso à escola
Vitória|Jéssica Montes, do R7, no Rio

Em Vitória, a semianalfabeta Anastácia representa parte da população que não teve frequentou escola. Em entrevista ao R7, Roberta Gualda revela que sua personagem traz muitas lembranças de sua infância, época em que a avó dava aula para trabalhadores de um sítio. Conheça a história!
A atriz conta que se emocionava com o aprendizado adquirido pelo grupo, graças aos seus parentes.
— Meu avô era proprietário do lugar, onde eu passava os fins de semana. Lá, tive contato com funcionários que não sabiam ler nem escrever. Havia um colégio, usado pela minha avó para ensinar jovens e adultos. É comovente fazer parte deste ganho tão grande na vida das pessoas. Nós crescemos com os livros, já os mais velhos passam a conhecer um novo mundo. A conquista vai desde as letras até necessidades do cotidiano, como identificar uma placa na rua.
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Anastácia trabalha na cozinha da Escola Priscila Shiller e esconde dos colegas o fato de não ter frequentado uma instituição de ensino. De acordo com a atriz, sua personagem guarda o segredo porque sente vergonha.
— Ela é muito generosa, mas foi endurecida pela sua história. Sofre por não ter aprendido e ainda não fez as pazes com a vida. Os alunos acabam sendo um meio de acesso àquele lugar, onde ela encontra seu lado mais suave. A Anastácia se comove muito com o caso do Cicinho, que deixa de ir às aulas para ajudar o pai no trabalho, assim como permanece atenta ao resto das crianças. Apesar de tudo, não acredito que o emprego no colégio traga esperança de estudo. Ela não conta que é semianalfabeta, ninguém sabe.
A personagem vive momentos de conflito, mas até engraçados com o nutricionista Bruno (Augusto Garcia), que vem amolecendo o coração da morena. Para Roberta Gualda, o pretendente pode fazer Anastácia enxergar que há pessoas generosas.
— Ela batalhou por tudo que tem. Normalmente, essa gente é desconfiada, não teve muita ajuda em sua trajetória e nunca espera que o outro venha para agradar. Se trata de um aprendizado de vida, um amadurecimento que a Anastácia ainda não teve. Acho que o Bruno pode servir como uma luz.
Ao fim da entrevista, a atriz lembra que a falta de educação deve ser a prioridade não só de famílias, e sim de todo o país.
— Não podemos fazer julgamentos, pois não sabemos o que acontece dentro de cada casa e as dificuldades existentes. O ensino é fundamental para que uma nação dê certo, e não somente um grupo. Portanto, precisamos de uma atenção maior voltada para esta necessidade.
