Execução de advogado em frente ao prédio da OAB pode se tratar de um aviso
A reviravolta no caso da morte do profissional se deu devido a uma denúncia do Ministério Público; entenda
Balanço Geral|Do R7
A caminho de uma lanchonete com seu sobrinho no centro do Rio de Janeiro, o advogado Rodrigo Crespo, de 42 anos, foi morto a tiros. Por coincidência, o assassinato aconteceu em frente ao prédio local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em última atualização sobre o ocorrido, o Balanço Geral trouxe uma reviravolta e mostrou que, na verdade, tanto o crime como o local foram planejados.
Segundo o Ministério Público (MP), a execução do profissional foi um recado de contraventores para uma ideia judicial proposta por Rodrigo. O advogado queria a regulamentação das apostas feitas online, o que afetaria diretamente quem utiliza essa prática para lavar dinheiro.
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No dia do ocorrido, o circuito de segurança do edifício gravou todos os detalhes do aviso mortal. Ao caminhar na calçada com seu parente, o advogado é surpreendido pelo bandido encapuzado em um carro branco, que desceu já atirando. De acordo com testemunhas, o atirador chamou a vítima pelo nome e logo efetuou diversos disparos. Em seguida, voltou para o veículo sem levar nada.
Rodrigo atuava em causas cíveis e empresariais, onde já havia defendido clientes em ações de investimentos e criptomoedas. Além disso, fornecia consultorias para as áreas do Direito de entretenimento e jogos.
Agora, pouco mais de dois meses após o crime, o Ministério Público levanta uma hipótese do que pode ter motivado a morte do advogado e acredita que na cena do crime há símbolos que comprovam a tese. Isso porque ele foi o único alvo, o crime aconteceu no momento em que ele estava na rua e no local onde trabalhava. Ou seja, o exercício do seu trabalho poderia estar incomodando alguém.
Em coletiva de imprensa, Marcus Amim, secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, falou sobre a posição das autoridades a partir dessa nova investigação. O agente explicou que, se essa suposta motivação for confirmada, o crime passa a ser classificado como contrário ao extrato democrático de Direito. “Assim será enfrentado pela Polícia Civil”, afirmou.
Ainda segundo o MP, Rodrigo não negava que pretendia ganhar dinheiro, e muito, com a legalização e regulamentação da exploração de jogos de aposta online. Além disso, buscava financiadores para a missão ambiciosa.
As autoridades cariocas indiciaram, pelo crime, o Policial Militar Leandro Machado, Eduardo Moraes e César de Souza. Após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério, os três foram presos. Na decisão, também ficou determinado o afastamento de Leandro da PM e a perda do seu porte de armas.
Ademais, no início de abril, policiais cumpriram um mandado de busca contra Adilson Oliveira Coutinho. Conhecido como Adilsinho, o homem é um dos contraventores mais famosos do Brasil e, em tese, um dos maiores inimigos de quem se aventurar na tentativa de legalizar apostas.
Mesmo assim, a polícia afirma que ainda não é possível garantir que existiu um mandande do crime, nem a sua identidade. “A Ordem vai cobrar a solução desse crime às Secretarias de Segurança e de Polícia Civil e ao governo do Estado”, garantiu Luciano Bandeira, presidente da OAB - RJ.
Confira na íntegra:
Acompanhe atualizações de casos como esse no Balanço Geral. O programa vai ao ar de segunda a sexta, às 11h50; e aos sábados, às 13h, na RECORD.