Bronze amargo para o handebol masculino
Brasil agora torce por combinação de resultados dos campeonatos europeu e africano para ir a Tóquio em 2020
Blog|Tatiana Ramil

Subir ao pódio no degrau mais baixo dos Jogos Pan-americanos de Lima foi um fracasso para a seleção brasileira de handebol masculino. Finalista em Pans desde 1991, a equipe buscava o ouro e a consequente classificação para a Olimpíada de Tóquio 2020.
Mas o Brasil falhou na busca pela vaga olímpica. Teve uma primeira fase fácil demais. Não foi exigido por México, Peru e Porto Rico. Muito pelo contrário, as vitórias foram conquistadas sem esforço, sem que o time alcançasse um ritmo de jogo.
No outro grupo, os medalhistas de prata e bronze do Pan de Toronto 2015, Argentina e Chile, respectivamente, tiveram desafios maiores contra Estados Unidos e Cuba, além de um jogo muito equilibrado entre ambos, com vitória apertada dos argentinos.
O Chile, então, se credenciou para enfrentar o Brasil na semifinal. Em ascensão, o time chileno ficou uma posição à frente da Argentina no Mundial de handebol de janeiro deste ano, em 16º lugar, enquanto os brasileiros tiveram a melhor colocação de sua história, o 9º lugar.
O que se viu em quadra na semifinal de Lima foi um Chile mais preparado, com variações de jogadas, e um Brasil sem ritmo, com dificuldades no ataque. Resultado: 32 a 29 para os chilenos.
Mesmo antes da partida, o capitão brasileiro, Thiagus Petrus, afirmou que o Chile estava jogando o handebol “mais bonito, mais plástico” da competição, e que o Brasil precisaria “fazer uma partida bem completa para sair com a vitória”. Não fez. Restou derrotar o México pela segunda vez no torneio e ficar com um bronze amargo.
Campeão dos Jogos Pan-americanos em 2003, 2007 e 2015, o handebol masculino brasileiro repetiu o bronze da primeira edição do handebol em Pans, em 1987, sua pior colocação na competição, depois de ter chegado em todas as finais desde 1991.
Agora, para ir aos Jogos de Tóquio, precisa torcer por uma combinação de resultados nos campeonatos europeu e africano para ganhar uma vaga no pré-olímpico como 9º colocado do Mundial. A repescagem costuma ser complicada. O caminho mais fácil para a Olimpíada era o ouro do Pan, que acabou nas mãos da Argentina. Com atuação de gala do armador Diego Simonet, os argentinos repetiram o ouro de 2011 e levaram a vaga olímpica. O Chile disputará o pré-olímpico.