Caio Paduan analisa transformação de Jonatas em Paulo, O Apóstolo: ‘Fim triste’
Personagem morreu após pedido de perdão e mudança de comportamento na série
Entrevistas|Ana Mello, do site oficial

Caio Paduan se despediu de Jonatas, seu personagem em Paulo, O Apóstolo, com um fim trágico: morreu após ser espancado por Ammonios (Lucas Oradovschi), em uma cena cheia de ação. Em entrevista ao site oficial, o ator fez um balanço da experiência, analisou a transformação do antagonista e relembrou a sequência da morte.
“Apanhar não é fácil nem na ficção [risos]. Mas é muito prazeroso, porque é um jogo cênico coreografado, tudo muito pensado e ensaiado várias vezes. O dublê arrasou, o Ammonios também, um ator gigante. Foi um fim triste, quando ele recebeu o que mais queria e no momento que se converteu. A vida entregou o que ele buscou a todo o custo, virou sumo sacerdote, para ele descobrir que não era sobre isso, o caminho não era esse”, analisa.
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A transformação de Jonatas aconteceu após presenciar a morte do cunhado, Caifás (Floriano Peixoto). O saduceu pediu perdão ao Paulo (Murilo Cezar), se redimiu com a esposa, Mara (Natalia Ferrari), por conta das traições, e foi batizado como cristão logo depois. Para Caio, a mudança do personagem foi resultado de um processo.

“Ao perceber que a esposa estava o desaprovando, ele tem uma crise. Jonatas já foi rejeitado muitas vezes e o abandono mexe com ele. A redenção é o clímax, o arco clássico e muito bem desenhado do anti-herói que reconhece seus defeitos e vulnerabilidades. Esse pedido de perdão para Paulo, para os cristãos e para a esposa foi quando ele se olhou no espelho e questionou quem estava se tornando. Foi emblemático”, destaca.
O batizado de Jonatas foi gravado em uma praia de Torres, durante viagem do elenco para filmar no Rio Grande do Sul. Segundo o ator, o contato com o mar foi um ponto alto da gravação, por ser carioca e apaixonado pela natureza.
“Foi muito simbólico. Tenho uma relação muito forte com o mar desde pequeno, por causa do kitesurf (atividade aquática que utiliza uma prancha e uma pipa). Jonatas está se limpando pelas mãos de quem ele tanto machucou. São muitas mensagens em uma cena e grande responsabilidade. Mostrar que ele refletiu, abriu as suas dores e assumiu o que fazia até estar pronto para o batismo. É tão potente, porque é simples. Ele complicava a vida por status social, mas se apresenta um outro Jonatas”, comenta.

Parceria com o elenco
Apesar de intensa, a morte de Caifás (Floriano Peixoto) foi lembrada por Caio como um momento de conexão entre eles. O artista contou que os dois se aproximaram durante o projeto e encontraram semelhanças nas personalidades um do outro.

“Floriano é um mestre no ofício, tem muita habilidade de dizer muito mais do que as palavras em cena. Completo 20 anos [de carreira] esse ano, ele tem o dobro e é um grande parceiro, generoso. Ele abraça as propostas dos colegas, nos descobrimos muito parecidos. Esse tipo de relação vai para a cena na confiança que estabelecemos, ele me ouve e a gente troca. O levo para a vida”.
Jonatas e Mara tiveram um casamento permeado por conflitos, no entanto, com a mudança de postura do saduceu, os dois se reconciliaram. Fora da ficção, a amizade com Natalia Ferrari vem desde o trabalho em Reis — A Conquista, quando dividiram o mesmo set de gravação. O ator enalteceu a parceria com ela em Paulo, O Apóstolo.

“Fiquei muito amigo dela nos bastidores [de Reis], do marido também, da família. Sou fã, Natalia é uma atriz preparada, criativa e profissional, que trouxe um trabalho minimalista, bem construído. Mara era muito digna ao mostrar a própria dor. Foi uma parceria profunda pelo respeito e pela nossa troca como amigos, por saber que eu poderia confiar na artista que estava em cena comigo. Foi um dos melhores casais que eu fiz na dramaturgia, porque tinham muitas camadas de construção dos personagens”, conta.

Além de Natalia, Caio elogiou a troca que teve com outros colegas de cena como Murilo Cezar (Paulo). Ele conheceu o protagonista durante o teste para o personagem e ressaltou as qualidades do intérprete de Paulo.
“Encontrei um cara que olha no olho, disponível, o personagem estava todo ali, já tinha um tom. A gente fez cinco cenas importantes, grandes e bem agressivas e eu vi muita força no Murilo”.
Balanço
Para viver Jonatas, Caio perdeu peso e reforçou algumas características do personagem que eram opostas às de Paulo. Com o auxílio do preparador, Leandro Baumgratz, ele destacou o humor em meio ao mau-caratismo do personagem.
“Fui na sutileza que deixa tudo mais cruel. Porque ele fala coisas atrozes, mas com doçura na palavra, com esse jeito debochado, irônico, cínico, manipulador. Ele só não agride fisicamente porque é covarde, não tem a coragem, nem a audácia, nem a força física. Inclusive, emagreci para o personagem parecer mais frágil”, lembra.

Apaixonado pelo ofício, Caio se emocionou ao falar sobre a parceria entre a equipe dentro de cena e nos bastidores da produção. Para ele, Jonatas consolidou seu trabalho enquanto ator na emissora.
“Foi uma experiência artística difícil, complexa e prazerosa. Tudo é feito de forma coletiva, então as parcerias sustentaram a personalidade do Jonatas. Tive uma troca com a direção como em nenhum outro lugar e trabalho, de respeito pela minha entrega e proposta para o personagem. Tive essa confiança da produção, da equipe técnica, da direção, dos bastidores. O Jonatas é o perfil de personagem que eu gosto: complexo e controverso. Tive espaço para experimentar, propor e fico feliz de estar presente em uma série tão representativa”, conclui.
Paulo, O Apóstolo é exibida de segunda a sexta, às 21h, na tela da RECORD. Acesse o RecordPlus para rever os episódios.
Missão cumprida: elenco comenta final das gravações de Paulo, O Apóstolo
Por Gabriel Alberto, do site oficial
Em clima de emoção e com a certeza de missão cumprida, as gravações de Paulo, O Apóstolo chegaram ao fim na quarta (6). Pouco antes de começar o dia, o elenco envolvido nas cenas finais confraternizou ao lado da equipe da superprodução. O protagonista, Murilo Cezar, aproveitou para trazer o irmão, Bruno, para conhecer os estúdios do Complexo de Dramaturgia da Seriella no Rio de Janeiro. Ao site oficial, os atores contaram a experiência de concluir o projeto em exibição na RECORD














