Charles Paraventi comenta gravação da morte de Herodes com larvas em Paulo, O Apóstolo: ‘Gostei de surpreender a equipe’
Diretor Vicente Guerra dá detalhes da sequência, e a equipe de Arte e Cenografia revela curiosidades dos bastidores
Entrevistas|Gabriel Alberto, do site oficial

A sequência da morte de Herodes (Charles Paraventi) em Paulo, O Apóstolo chamou a atenção do público por sua grandiosidade, efeitos visuais utilizados e a forma com o que o rei morreu, com larvas saindo de dentro do corpo.
Herodes queria se aproximar do governo romano, inclusive intensificou a perseguição à igreja cristã primitiva. E, após matar o apóstolo Tiago (Thiago Piacentini) e ficar popular entre os judeus, ele foi ao hipódromo prestigiar a corrida de bigas para estreitar relações com o imperador de Roma.
Ao final da corrida, Herodes é ovacionado por todos e é tomado por sua arrogância em um discurso no qual se compara a Deus. O rei então é devorado por larvas, apavorando todos os que estavam no local.
Ao site oficial, Charles Paraventi compartilhou os bastidores da sequência e revelou que, mesmo com a confecção de uma prótese da sua cabeça a fim de lhe dar segurança para a gravação da cena, sugeriu aos diretores colocar as larvas-da-farinha na boca.
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“Tive que inventar uma técnica na hora. Sentei e botei as larvas na boca. E fiquei no chão fingindo que não tinha nada. Já tinha experimentado antes, mas confesso que nunca coloquei tantas. Gostei de surpreender a equipe, mostrar que estou 100% dentro e tenho muito orgulho desse zelo que tenho com meu trabalho”, brincou.
Herodes e as larvas

Renato Chaves, responsável pelo Departamento de Arte e Cenografia da Seriella Productions, contou que a larva-da-farinha, como é chamada popularmente o Tenebrio molitor, é utilizada como fonte de proteína em alguns casos. Antes das gravações, testes foram feitos e houve todo um cuidado com os animais.
“Buscamos junto a alguns fornecedores quais tipos de larvas eram comestíveis e não apresentavam risco. Compramos e deixamos em um viveiro aqui, alimentando-os com legumes e cascas de frutas. Eles precisam ficar em uma determinada temperatura, de 15 ºC a 20 ºC. Gravamos em duas diárias, com o ator e a prótese da cabeça dele”, contou Renato.
Importância da caracterização

Um outro ponto importante de toda a sequência foi a caracterização, pois as larvas precisavam sair de dentro da boca e do nariz de Herodes. Para isso, a coordenadora do setor na Seriella Productions, Danielle Pach, confeccionou uma prótese da cabeça do ator Charles Paraventi.
“Temos o lado criativo, querendo inovar, mas temos a parte histórica, que precisa seguir as referências. A criação do Herodes foi uma junção, com algo diferente para o público. E como a cena pedia, fizemos uma prótese da cabeça dele”.
“Primeiro, passamos o silicone e depois entramos com o gesso. É um processo demorado. Então, sempre perguntamos ao ator se ele tem medo e está à vontade. Ele fez o molde e ficou por cerca de 2 horas para o processo todo”, completou Danielle.
Direção e a gravação da sequência

Como uma verdadeira orquestra, o responsável por juntar atuação, Arte, Cenografia, Caracterização, Figurino e Efeitos Visuais, o VFX, foi o diretor da sequência, Vicente Guerra.
Com experiência em grandes eventos, como as batalhas de Reis (2022-2024) e a corrida de bigas de Jesus (2018), onde atuou como assistente de direção, o diretor detalhou alguns aspectos de toda a conceituação e execução da sequência.
“Fizemos uma leitura com os departamentos e trouxemos referências, como o Ben-Hur, de 1959, e a nova versão [de 2016], Jesus [2018, na RECORD] e uma série chamada Those About To Die (2024). Discutimos o que achávamos legal de cada sequência e o que era viável”, explicou.
Vicente destacou que cenas deste porte são tratadas pela produção como grandes eventos, devido ao número de pessoas envolvidas e a complexidade de execução.

“Tivemos mais de 300 figurantes, representando diferentes etnias que estavam presentes no camarote e no povo, o que demandou um trabalho minucioso de figurino, e o VFX foi fundamental. Em um evento como esse, temos que trabalhar de braços dados com eles, porque não adianta também ‘enlouquecer’ e eles não conseguirem executar o que está na minha cabeça. Tem que estar plano a plano bem conversado antes, para no dia apenas executar”.
Sobre os efeitos utilizados na cena, Charles Paraventi não teve problemas em visualizar o hipódromo: “Vi todo mundo. Tenho uma imaginação muito boa (risos). Vi plenamente as pessoas, os cavalos e as bigas. Imaginei que estava falando para uma multidão, um Maracanã cheio”.
Para a gravação, foi construída uma pista de 130 metros de comprimento por 40 metros de largura, para colocar as cinco bigas lado a lado. E segundo o diretor, havia mais dois Câmera Car (veículos com câmeras acopladas para fins cinematográficos), além de 80 metros de chroma-key (recurso utilizado com fundo verde para inserção de efeitos visuais). Vicente também ressaltou o cuidado com os animais utilizados na corrida, mais de 30 cavalos participaram da sequência.

No entanto, apesar de toda a grandiosidade visual da recriação do hipódromo e da corrida das bigas, o mais importante era a morte de Herodes.
“É bem dramático. E só o Charles Paraventi para fazer uma cena brilhante como essa. Em momento algum titubeou. Ensaiamos, marcamos, testamos luz e câmera e, quando estava tudo certo, foi uma vez só. Colocamos na boca dele e ficou incrível”, elogiou.
A pós-produção com a edição e o trabalho de efeitos visuais durou cerca de cinco meses: “Um diretor só entrega a cena quando ela vai ao ar. E é estimulante fazer um evento diferenciado como esse. Trabalhamos em cima disso, a partir do momento em que gravamos, em janeiro, até o dia antes de ir ao ar no Univer Vídeo”.
Despedida
Herodes marca mais um personagem na trajetória de Charles Paraventi na RECORD. “Adorei o convite. E foi um presente para mim porque amo História. Amei fazer o Herodes e espero que venha mais”, concluiu o ator.
Assista à cena:
Paulo, O Apóstolo é exibida de segunda a sexta, às 21h, na tela da RECORD. Acesse o PlayPlus.com para rever os episódios.
Saulo se apresenta como Paulo após encontro com Jesus:
Saulo (Murilo Cezar) retornou para Jerusalém como Paulo após o encontro com Jesus. De perseguidor a discípulo, ele surpreendeu com seu testemunho de vida, mas sofreu com o preconceito dos que não acreditaram em sua conversão. No Twitter X, os telespectadores de Paulo, O Apóstolo comentaram cada detalhe do episódio com a #AgoraSouSaulo. Confira a repercussão!
Reprodução/RECORD










