A história do ‘Rei dos Reis’ contada às crianças
Palco Record|Do R7
Mahayla Haddad foi saber mais sobre o recente filme de animação ‘Rei dos Reis’, que conta com a voz de Ricardo Pereira e Diogo Infante. Os atores portugueses falaram sobre a inspiradora mensagem que o filme transmite.
[Entrevista originalmente exibida no programa ‘Palco’, da RECORD EUROPA]
Mahayla Haddad: Ricardo, você dá a voz a Jesus com várias histórias, passagens. Qual é a responsabilidade de estar lá a sua voz?
Ricardo Pereira: Foi muito ‘giro’ encontrar esse lugar na criação desta personagem, da calma que ele trazia, da voz certa, da voz que aponta sempre um caminho e uma direção e do herói da história que é contada pelo personagem do Diogo ao filho. E isso é uma responsabilidade tremenda.
MH: É verdade, porque Charles Dickens conta a Walter, o seu filho, a história de Jesus Cristo. Qual é o sentimento de ter dado voz a este escritor?
Diogo Infante: Bom, diverti-me imenso. Tinha a vantagem de ter como referência a voz inglesa do Kenneth Branagh, que é um ator que eu admiro e que respeito. Há toda uma tessitura vocal da personagem que é muito rica, ao contrário da tua [Ricardo] que é mais serena. A minha é muito expressiva, diria mesmo, teatreira, e nesta tentativa de contar ao filho uma narrativa clássica, há uma preocupação de que a mensagem passe de forma emocional, efetiva, transparente e portanto dei o meu melhor. Mas sim, sinto que é uma enorme responsabilidade, até porque é uma coisa que necessariamente ficará para sempre.
MH: É uma história cheia de milagres, passagens, momentos. Para vocês, qual foi aquele momento mais especial?
RP: Olha, eu acho que é a esperança que esta personagem traz ao longo da história toda e é a mensagem de superação, e de acreditar e que mesmo no meio de tantos acontecimentos, ele manter a calma e tentar tranquilizar o próximo. Para mim, a experiência que eu vivi ao dublar este filme é, sem dúvida, a calma que me trouxe. As sessões foram todas feitas no final do dia, de dias de muito trabalho e trouxe-me uma calma e uma tranquilidade que me caiu muito bem.
DI: Aquilo que mais empatizei foi a relação com o filho, porque também sou pai, e há uma altura em que o Charles Dickens já está muito chateado, muito farto, o miúdo não para e ele irrita-se e diz-lhe que não e grita-lhe. E depois cai em si e tem ali um enorme sentimento de constrangimento. Mergulhei nele por perceber que não percebi bem a frustração da personagem, mas esse depois é o gancho que lhe leva a encontrar uma solução, a respirar fundo, a mulher diz-lhe “vá lá, tu consegues” e então, “eu vou-te contar uma história, queres mesmo saber uma história sobre reis? Então eu vou-te contar a história do rei dos reis.”
MH: Ricardo, tu também tens três pequenos, alguma vez os colocaste no pensamento, no Walter, por exemplo?
RP: Sim, naturalmente, educar filhos, estas passagens que vamos tendo ao longo da vida têm inconstâncias normais. E eu acho que a personagem do Diogo faz-nos pensar em como às vezes para tocarmos e nos aproximarmos dos nossos filhos é só preciso ouvi-los, principalmente nos tempos mais difíceis. Mas vale sempre a pena os esforços.
MH: Então passando agora para o lado das famílias que vão assistir a este filme, porque é que eles têm mesmo que vir ao cinema ver ‘O Rei dos Reis’?
DI: Eu diria, que não há como não vir, não é? Acho que partilhar com os nossos filhos uma história que é universal e que faz parte da fundação da nossa civilização e ainda por cima feito com esta qualidade, é algo que merece mesmo a pena.
RP: Ainda mais, obviamente, tendo as nossas vozes é sempre ‘giro’ eles assistirem a filmes com as vozes que conhecem, dando vida a estas personagens que são incríveis.
MH: Por fim, cada um sabe o tamanho da sua fé, mas há algo que muda em vocês depois deste projeto?
RP: Eu acho que a maneira como encaramos a história de Cristo nesta perspetiva é muito bonita e dá um outro sentido aos tempos que vivemos.
DI: É muito importante hoje em dia pensarmos um bocadinho mais no outro, no próximo, não tanto em nós, portanto acho que é muito importante, não é? Revisitar estas histórias nos tempos que nós estamos a viver.
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