Vitor Federado faz história no samba pop: ‘Sucesso é uma consequência’
Estreante no painel de jurados do Canta Comigo 6, o artista abriu o coração sobre como o gênero musical o acolheu e contou como é a experiência do outro lado do palco
Entrevistas|João Pedro Gadelha*, do site oficial
Sempre em alta, gêneros como o samba e a música popular brasileira estão em constante renovação e, à medida que os estilos evoluem, revelam novos artistas como representantes dessas expressões artísticas nacionais. Mistura perfeita de entretimento e cultura, o Canta Comigo é feito de histórias e talentos que vão muito além dos palcos. O cantor de samba pop Vitor Federado é um dos novos integrantes do diversificado painel de especialistas do programa e tem muito a falar sobre representatividade no cenário musical do país.
Em entrevista ao site oficial, o artista em ascensão falou tudo sobre sua trajetória profissional e ainda deu detalhes de como é estar do outro lado do palco, pela primeira vez como jurado, na sexta temporada do reality musical da RECORD. “Sou ator também e desde os seis anos estou nesse meio artístico. A música é algo que me pulsa muito, eu faço tudo com muito coração”, desabafou.
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Um dos gêneros musicais mais consolidados do Brasil, o samba é um ícone cultural do país e chega a ser reconhecido internacionalmente como característica marcante da nação verde-amarela. Apesar de ser a primeira escolha de muitos brasileiros para harmonizar os momentos de lazer, o ritmo contagiante carrega uma história que ultrapassa as playlists e envolve muito mais que os instrumentos de percussão.
Mesmo assim, a música evolui com o tempo e, quanto ao estilo que domina com o microfone na mão, Vitor afirmou: “O samba sempre se renova e passa por ciclos. Eu fico muito feliz de fazer parte disso e ser uma dessas novas vozes que vem para poder somar com esse gênero que eu amo tanto”. Além disso, revelou um detalhe que torna a sua música ainda mais original: “Gosto de mesclar o samba com muitos outros gêneros”.
Memórias nos retalhos de cetim
Para o artista, lembrar o passado é trazer à tona todas as emoções e inspirações de coisas que o fazem ser quem é hoje. Segundo o jurado, as apresentações que assistiu no palco do Canta lhe fizeram revisitar tudo isso. “Fiquei muito feliz de ver uma galera cantar [músicas de] Elis Regina, que foi uma das primeiras cantoras que escutei através da minha mãe. Teve participante que cantou pagode, Arte Popular e até mesmo clássicos da Beth Carvalho. Todas essas são minhas referências”, contou.
Apesar de dar um show com o pandeiro e o tamborim, Vitor também explicou a importância de outro gênero musical na sua vida: “Eu sou um fã apaixonado da música popular brasileira. O samba foi algo que me acolheu e é onde eu consigo transitar, mas acho que a MPB em si, para mim, é uma grande referência e obra inspiradora, em geral”.
Do samba-enredo à Avenida
Além das referências dos palcos, o artista também falou sobre algo que marcou a sua vida e foi crucial para seu desenvolvimento artístico: “Eu fui do projeto social da escola de samba Vai Vai. Hoje, eu integro o time de canto de show e sou da bateria da escola. Costumo dizer que a música já estava na minha vida, e o Vai Vai foi a coisa que aflorou esse lado e deu uma diretriz para tudo que eu fazia artisticamente”.
Se mantendo fiel às suas origens, Vitor mostrou a importância disso: “Hoje em dia, o meu trabalho aqui no [bairro] Bixiga é muito bem aceito e acolhido, porque eu sou fruto disso, dessas ruas tão conturbadas do centro de São Paulo. Onde a gente se depara com tantos prédios e, no meio disso, há um espaço com tanto amor, samba e arte, isso só soma na minha vida”.
Comentou, ainda, sobre o compromisso que tem em representar toda essa cultura: “Crescer no meio disso e levar o nome da escola à frente junto comigo me traz uma grande responsabilidade, porque a gente sabe do tradicionalismo de um Carnaval que foi construído no meio de tanto sofrimento”.
Ao sambista mais novo
Segundo Vitor, o famoso gênero musical já é algo intrínseco na população nacional. “O samba não se renova, já está inserido no nosso DNA brasileiro”, garantiu. Completou, ainda sobre o estilo: “A gente entende que o samba sempre fez parte da nossa vida quando se depara com hinos escritos muito antigamente e cantamos como se fossem lançamentos. Isso mostra que o samba não precisa de uma escola, o samba é a nossa escola”.
Já para quem pretende se jogar na roda ao som do cavaquinho, o cantor revelou dicas valiosas: “A música tem a ver com o coração e com aquilo que a gente acredita. Então, o sucesso é uma consequência, ligado a uma satisfação, não é só a questão financeira. Muito mais do que o talento, o esforço e a persistência são as grandes chaves para criar uma paciência para algo que a gente espera de imediato, como o sucesso”.
Transpondo os carros alegóricos
Além de entregar tudo na Avenida enquanto desfila pela sua escola, Vitor também dá o nome quando o assunto é avaliar os candidatos do Canta Comigo. Saindo do sambódromo, o painel de jurados do reality também é um lugar de alta representatividade, composto pelos mais diversos talentos e estilos de artistas ao redor do país. Mesmo entregue de corpo e alma na atração, o cantor admitiu que tem seus momentos favoritos: “Quando toca um samba e tem essa amostra de brasilidade ali [no palco], eu fico maluco. Aí que eu canto mesmo e canto com gosto”.
Jurado de primeira viagem, o cantor deu detalhes da sua visão sobre o programa. “Eu gosto muito do Canta Comigo por conta da diversidade que existe no painel. Eu acho que isso mostra um pouco do que é o nosso Brasil”, explicou. Ademais, Vitor fez uma confissão: “Não acompanho muito os realities por falta de representatividade e comecei a acompanhar o Canta há um tempo devido à representatividade, e hoje, estar sendo representante ali [na bancada] é uma honra”.
Aprendizados ao som do cavaquinho
Por trás de todas as luzes, holofotes e trilhas sonoras, o programa conta com uma riqueza de ensinamentos. Mas, para o artista, a maior lição do reality é clara: “A gente acaba vendo que tem muita gente talentosa pelo país, que precisa apenas de um olhar, uma oportunidade. E o Canta Comigo não está relacionado a uma competição de uma entrega de mercado, tem a ver com o quanto um coração consegue motivar outros a estar ali, juntos por um propósito, que é a música”.
A partir disso, avaliar os competidores no palco se torna uma tarefa ainda mais complexa. Mesmo assim, os 100 especialistas sempre se unem pelo intuito maior e entregam tudo na função. Quanto a experiência de julgar outros cantores, Vitor revelou que um dos seus principais critérios para cantar com um candidato se trata não da técnica, mas de quanto o artista se entrega na performance.
“A música é algo que você tem que, diariamente, dar a volta por cima, porque ela é ingrata. Da mesma forma, quando você vê cem jurados ali, que entendem e gostam muito de música, inevitavelmente você fica nervoso e aí é uma luta consigo mesmo para fazer as cem pessoas cantarem com você. Isso para mim é o mais legal”, justificou.
Uma eterna andança
Ao relembrar todas as emoções que viveu no painel de jurados dessa edição, Vitor refletiu: “O Canta Comigo trouxe essa visão para mim de ‘olhe para si e se supere todos os dias’. A sexta temporada foi realmente uma caixinha de surpresa. Quando a gente imaginou que o programa tivesse chegado ao ápice, entendemos que está além disso”. Adiantou, ainda, um spoiler convidativo: “Daqui para frente é só emoção, a gente perde o fôlego cada vez mais e vem aí uma final eletrizante”.
Detalhes da sua carreira também não ficaram de fora das novidades e o cantor fez grandes revelações ao site oficial. “A gente tem alguns lançamentos até o final do ano. A galera vai poder acompanhar de perto, ir aos shows, cantar junto, ouvir um pouquinho de samba e mesclas com outros ritmos, coisas inéditas. Algo que pensamos, elaboramos e muito para que no segundo semestre a gente possa apresentar um grande trabalho e fechar o ano com chave de ouro”, contou.
No final, ainda aproveitou para deixar palavras de gratidão por tudo que viveu no Canta Comigo 6: “É um programa que move tantos corações e faz a gente pulsar através da música, que é algo que somos tão apaixonados. E fazer parte desse ‘painelzão’ é realmente um prazer. Estar em um reality desse tamanho, contribuindo com grandes vozes e sonhos, para mim, não tem preço”.
Sob comando de Rodrigo Faro, a nova temporada de Canta Comigo vai ao ar aos domingos, às 18h, na tela da RECORD.
* Estagiário sob supervisão de Juliana Lambert